Dólar sobe com lockdown na China e pressão sobre commodities; Bolsa cai
Investidores também acompanham expectativas para a elevação dos juros nos Estados Unidos e no Brasil
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Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo negativo nesta segunda-feira, 14, pressionados pela queda de commodities, principalmente o minério de ferro e o petróleo, em reflexo ao lockdown na cidade chinesa de Shenzhen após novo surto de Covid-19. Os investidores também aguardam pelo aumento dos juros nos Estados Unidos pela primeira vez em quatro anos, e a aceleração da Selic pelo Banco Central (BC). As duas decisões serão divulgadas na quarta-feira, 16. Por volta das 12h50, o dólar registrava alta de 0,5%, cotado a R$ 5,080. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,082, enquanto a mínima não passou de R$ 5,038. A despeito do clima positivo nos mercados europeus e nos EUA com indicações de novas tratativas de cessar-fogo no Leste Europeu, o Ibovespa operava com queda de 1,1%, aos 110.492 pontos.
O governo de Pequim anunciou nesta segunda-feira o lockdown imediato da cidade de Shenzhen, um importante polo de tecnologia que concentra mais de 17 milhões de habitantes. A medida foi decretada após a descoberta de casos do novo coronavírus. Com o agravamento da pandemia, a China passou a adotar a política de “tolerância zero” com o surgimento de focos de Covid-19. A medida impactou na queda do barril de petróleo e do minério de ferro com o temor de desaceleração da segunda maior economia do mundo. Ainda na pauta internacional, o Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), autoridade monetária dos EUA, deve anunciar o primeiro aumento dos juros desde 2018, nesta quarta-feira. A taxa está entre 0% e 0,25% e analistas se dividem na expectativa de alta entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. A subida ocorre em meio à disparada da inflação aos consumidores norte-americanos ao maior nível em 40 anos.
No cenário local, o Comitê de Política Monetária (Copom) também vai anunciar mudanças nos juros na quarta-feira. O mercado estima o acréscimo de 1,25 ponto percentual, que levaria a Selic a 12% ao ano, o maior nível desde 2017. Em diversas oportunidades, o BC deixou claro que vai promover o aperto monetário até onde for necessário para ancorar as expectativas em 2022 e 2023 — período considerado com horizonte relevante. A recente pressão inflacionária com o conflito na Ucrânia levou analistas a aumentarem as expectativas da trajetória de alta e do patamar final dos juros para próximo de 14% ao ano.
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