Dólar sobe com volta da tensão entre Ucrânia e Rússia no radar; Bolsa recua

Mercados acompanham a guerra de narrativas sobre a movimentação militar no leste europeu e as acusações de que os russos aumentaram as tropas na região de fronteira

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2022 11h55
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ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas e moedas de dólar sobre uma bandeira dos Estados Unidos Dólar registra alta com retomada do clima de tensão no leste da Europa

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo negativo nesta quinta-feira, 17, com a retomada do clima de tensão após potências do ocidente acusarem a Rússia de mentir nas declarações de retirada de tropas da fronteira com a Ucrânia. Investidores também analisam os sinais mais brandos de alta dos juros nos Estados Unidos com a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed). Por volta das 11h50, o dólar subia 0,8%, a R$ 5,169. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,175, enquanto a mínima não passou de R$ 5,128. A divisa norte-americana encerrou a véspera com queda 1%, a R$ 5,128, a menor cotação desde 29 de julho. Seguindo o clima negativo dos mercados globais e impactado pela queda do minério de ferro por pressões na China, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com queda de 0,6%, aos 114.460 pontos. O pregão desta quarta-feira, 16, encerrou com avanço de 0,3%, aos 115.180 pontos, o maior patamar desde 14 de setembro.

O nível da tensão no leste europeu voltou a subir nas últimas horas após uma série de acusações dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que a Rússia não retirou tropas da fronteira ucraniana, e, ao contrário, aumentou o efetivo de militares na região. Nesta quarta-feira, Washington disse que mais 7 mil soldados foram transferidos para  zonas de fronteira, que já somam mais de 150 mil tropas. Mais cedo, Kiev afirmou que separatistas pró-Rússia atacaram alvos civis no leste do país. De acordo com informações de agências internacionais, uma escola infantil foi bombardeada e menos três funcionários do local ficaram feridos. A reviravolta ocorre dias após autoridades russas afirmarem que haviam afastado parte do aparato militar da fronteira com a Ucrânia e de o presidente Vladimir Putin ter se pronunciado que busca uma solução pacífica para o imbróglio.

No cenário doméstico, os investidores acompanham as tratativas para a votação de projetos no Congresso que diminuam o encarecimento dos combustíveis e os seus impactos nas contas públicas do governo. A falta de consenso entre as lideranças políticas levou o Senado a adiar para a próxima semana a votação de duas medidas que estavam previstas para serem colocadas em Plenário ontem. A mudança foi anunciada pelo relator dos textos, senador Jean Paul Prates (PT-RN), após reunião com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Uma das propostas estabelece um valor fixo para o ICMS — imposto de origem estadual, e determina a ampliação do vale-gás para 11 milhões de famílias, o dobro do público atendido pelo programa atualmente. A outra foca na criação de um fundo de estabilização para evitar que a variação do preço do petróleo no mercado internacional impacte diretamente no preço das bombas. Conforme o relator, caso aprovados, os projetos reduzirão em R$ 0,60 o preço do litro dos combustíveis e R$ 10 o do botijão de gás.

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