Dólar sobe de olho nos cenários político e fiscal; Ibovespa vira e cai 0,12%

Desconforto com a reforma do IR, que pode ser votada hoje na Câmara, somou-se com a informação do Tesouro Nacional de que a PEC dos Precatórios embute a flexibilização da chamada ‘regra de ouro’

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2021 20h35
BRUNO ROCHA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Dólar cai ante o real após BC anunciar nova alta dos juros e elevar a Selic para 4,25% ao ano Dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,47%, a R$ 5,2212 nesta quarta-feira, 11

Afora uma leve queda pela manhã, logo após a divulgação do indicador de inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, o dólar trabalhou em alta firme no Brasil ao longo do dia, enquanto fora aprofundava as perdas frente a moedas emergentes pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Com mínima de R$ 5,1642 e máxima de R$ 5,2346, registrada no início da tarde, o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,47%, a R$ 5,2212 nesta quarta-feira, 11. Ao desconforto com o desfecho da reforma do Imposto de Renda, que pode ser votada hoje na Câmara dos Deputados, somou-se a informação do Tesouro Nacional de que a PEC dos Precatórios embute a flexibilização da chamada “regra de ouro”, que impede o governo de se endividar para pagar despesas correntes sem autorização do Congresso.

Também causaram desconforto declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre preços de combustíveis e energia elétrica, consideradas populistas. Derrotado na PEC do voto impresso na terça, o presidente disse nesta quarta que o resultado da eleição não será confiável e acusou de governadores de terem interesse na manutenção dos preços altos dos combustíveis para aumentar a arrecadação com ICMS. No exterior, o principal indicador esperado pelo mercado, o CPI de julho, diminuiu os temores de uma escalada inflacionária mais aguda nos EUA, embora os índices ainda permaneçam em patamares elevados. O CPI desacelerou de 0,9% em junho para 0,5% em julho, em linhas com as expectativas. Já o núcleo do CPI teve alta de 0,3% na comparação mensal, abaixo do estimado (0,4%).

Já o Ibovespa retomou trajetória positiva no período da tarde, amparado no desempenho das ações de Petrobras (ON +1,56%, PN +1,38%) e da maioria dos bancos (Itaú PN +1,11%, Bradesco ON +0,65%), segmento de maior peso no índice. Mas, ao final do pregão desta quarta-feira, virou e fechou em leve baixa de 0,12%, aos 122.056,34 pontos, entre mínima de 120.826,92 e máxima de 122.755,97 pontos na sessão, vindo de abertura a 122 202,63 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 32,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa cede 0,61%, mas ainda avança 0,21% no mês e 2,55% no ano. A expectativa pela votação da reforma do IR na Câmara suscitou cautela entre os investidores, em dia positivo no exterior.

No pior momento desta quarta-feira, pela manhã, o Ibovespa foi aos 120.826,92 pontos, ainda acima da mínima do último dia 3 (120.807,02), quando atingiu o menor nível intradia desde 14 de maio (120.719,17 pontos). Em Nova York, seguindo o padrão das duas sessões anteriores, o desempenho foi misto, com o Nasdaq em baixa de 0,16% no fechamento, enquanto Dow Jones e S&P 500 mostravam ganhos de 0,62% e 0,25%, respectivamente, renovando máximas históricas pelo segundo dia, em meio ao entusiasmo pela aprovação do pacote trilionário de investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos, na terça. O petróleo também seguiu em recuperação nesta quarta-feira, com o Brent negociado acima de US$ 71 por barril. A performance da Petrobras na sessão foi favorecida também pelo aumento de 3,5% nos preços da gasolina nas refinarias, anunciado nesta quarta pela empresa.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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