Dólar tem nova alta e vai a R$ 3,774 mesmo com injeção de US$ 1 bi do BC
O dólar engatou alta no final da tarde desta quarta-feira, 20, após operar volátil desde o início dos negócios desta sessão, renovou máximas e encerrou o dia aos R$ 3,7740 (+0,72%). O Banco Central voltou a intervir no mercado hoje, após um dia de trégua ontem, e despejou mais US$ 1 bilhão em novos contratos de swap. No entanto, com as atenções dos agentes voltadas para o mercado externo e a expectativa pelo final da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ação do BC teve efeito limitado, embora operadoras de câmbio afirmem que a moeda norte-americana seguiu operando hoje dentro do intervalo dos últimos dias.
O BC tem ainda mais US$ 8 bilhões para tentar segurar o dólar nesta quinta e sexta-feira, considerando os US$ 10 bilhões prometidos na semana passada para serem colocados no mercado até o dia 22. Se cumprir o prometido, a instituição terá colocado quase US$ 48,6 bilhões no mercado em swap novo entre 14 de maio e 22 de junho. A estratégia do BC para o câmbio foi novamente elogiada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Hoje, o diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, afirmou que as políticas cambiais do Brasil e da Colômbia, marcadas por “intervenções pontuais, servem de exemplo” para a Argentina, pois deixam a moeda norte-americana se ajustar.
No cenário externo, as tensões comerciais entre China e Estados Unidos deram uma trégua hoje e o presidente Donald Trump prometeu anunciar novos acordos em breve. Já no mercado doméstico, o julgamento de ação que pede a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para a próxima terça-feira, 26, no Supremo Tribunal Federal (STF), segue no radar dos investidores.
O gerente de câmbio do Ourinvest, Bruno Foresti, ressalta que, apesar da alta de hoje, o dólar se manteve na faixa do que vinha operando nos últimos dias, entre R$ 3,74/R$ 3,80, sem maiores surpresas e sem disparar para níveis de semanas anteriores, quando chegou a rondar os R$ 4,00. Para a Copom, a expectativa é de manutenção da Selic hoje, mas as atenções do mercado estarão para o comunicado final do encontro. Uma das possibilidades é que o BC deixe a porta aberta para elevações dos juros nos próximos meses, ressalta ele. Por agora, a inflação comportada e a fraca atividade econômica corroboram a manutenção da taxa.
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