Dólar tem segunda queda seguida e fecha em R$ 4,03 com exterior e leilão do BC

Moedas de emergentes, com exceção da Argentina, se recuperaram das perdas de terça e o real acompanhou o movimento

  • Por Jovem Pan
  • 21/08/2019 19h20
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Agência Brasil Imagem desfocada de duas notas de US$ 100 Dólar recua em meio ao alívio dos investidores com o risco de crise gerada pela empreiteira chinesa Evergrande

O dólar teve o segundo dia de queda nesta quarta-feira, mas seguiu acima de R$ 4,00 pela quarta sessão consecutiva. A moeda americana fechou em baixa de 0,52%, a R$ 4,0301 no mercado à vista.

As moedas de emergentes, com exceção da Argentina, se recuperaram das perdas de terça e o real acompanhou este movimento, em pregão com maior apetite por risco na economia mundial. O dia foi marcado também pela início da nova estratégia de atuação do Banco Central no câmbio, com venda de dólares das reservas, mas que acabou não tendo demanda pelos US$ 550 milhões ofertados.

Um novo leilão ocorre nesta quinta-feira e também cresce a expectativa pelo simpósio de Jackson Hole, que deve reunir os principais banqueiros centrais do mundo, a partir de sexta-feira.

Profissionais de câmbio argumentam que a estratégia do BC de ofertar dólares das reservas em conjunto com swap reverso (compra de dólar no mercado futuro) é correta, mas o mercado ainda vai demorar algum tempo para se ajustar. Para o diretor de tesouraria de um banco, a falta de demanda pelo lote completo é uma questão técnica, pelo fato de ter sido o primeiro dia da nova estratégia e faz muito tempo que o BC não tem um leilão assim, mais de dez anos. O mercado vai se ajustar ao poucos, diz ele.

Os dados do BC divulgados nesta quarta mostram que o país continua perdendo recursos externos. Só na semana entre 12 e 16 de agosto, quando a crise argentina piorou, o Brasil teve saídas de US$ 578 milhões pelo canal financeiro. No mês, as perdas por este canal já somam US$ 2,7 bilhões. Essas saídas são fonte adicional de pressão no dólar pronto, ressalta um operador.

A ata da reunião do Fed de julho, que cortou os juros nos Estados Unidos pela primeira vez desde 2008, reconheceu a desaceleração da atividade econômica mundial, mas teve efeito limitado nos preços. A reunião foi feita antes da escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e China e, por isso, o foco maior do mercado é o discurso que o presidente da instituição, Jerome Powell, fará na manhã de sexta-feira (23) no evento, às 11h (de Brasília).

“Os participantes do mercado vão ouvir atentamente o discurso levando em conta o tom de Powell ao falar do estado da economia e a perspectiva para o cenário. E ainda em busca de sinais de mais cortes de juros nas próximas semanas”, ressalta a economista-chefe do grupo financeiro americano Stifel, Lindsey Piegza.

Com Estadão Conteúdo

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