Dólar tem terceira queda seguida; mercado indica otimismo com reforma da Previdência e expectativa de fluxo

  • Por Jovem Pan
  • 12/03/2019 19h05
Fotos Públicas Dólar sobe após autoridade monetária dos EUA reafirmar compromisso com juros baixos Cotação da moeda norte-americana chegou a R$ 3,8148

O dólar registrou a terceira queda consecutiva nesta terça-feira (12) e terminou em baixa de 0,68% – a R$ 3,8148. Operadores ressaltam que a desvalorização reflete o enfraquecimento da moeda americana no exterior, ante divisas fortes e de alguns emergentes, como o México, e o otimismo com a tramitação da reforma da Previdência.

Além disso, influenciou a variação a expectativa de que mais empresas acessem o mercado externo, após a Petrobras captar nesta terça US$ 3 bilhões, com demanda pelos papéis chegando a US$ 10 bilhões. Há ainda a possibilidade de fluxo extra de recursos externos com o leilão de 12 aeroportos na B3 na próxima sexta-feira (15), que atraiu, entre os interessados, grupos de Suíça, Espanha, França e Alemanha.

No noticiário sobre a Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a proposta da reforma pode ser votada na Comissão de Constituição e Justiça até 28 de março. Primeiro passo de tramitação, a CCJ será instalada nesta quarta (13). Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “acredita ser possível” votar a reforma ainda no primeiro semestre e que “desta vez a reforma vai ter a agilidade que merece”.

Na avaliação do economista-chefe do banco francês BNP Paribas para América Latina, José Carlos Faria, o dólar pode cair a R$ 3,25 no final do ano com a aprovação da Nova Previdência e um ambiente externo que deve ser marcado este ano por baixos juros nos países desenvolvidos, o que ajuda a atrair capital para o Brasil.

O economista vê o dólar se enfraquecendo na economia mundial, por conta da desaceleração esperada para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos este ano. “Temos situação confortável no balanço de pagamentos e acreditamos que o câmbio está subvalorizado.” Para a Previdência, ela espera aprovação até outubro no Congresso.

No exterior, o dólar caiu em relação ao euro e a divisas de emergentes, como de Rússia (-0,42%), México (-0,51%) e Colômbia (-0,90%). Dados mais fracos que o esperado da inflação ao consumidor dos EUA em fevereiro contribuíram para enfraquecer a moeda. Na Europa, a expectativa pela votação da nova proposta de acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, derrotada por ampla diferença de 149 votos, fez a libra ter forte queda.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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