Dólar volta a subir com embate na política e fecha em R$ 5,37

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2020 18h57
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Willian Moreira/Estadão Conteúdo Mão segura duas cédulas de US$ 1 Dólar segue em alta e se mantém acima de R$ 5,40 após fechar com forte valorização de 1,44% na véspera

O dólar voltou a subir após fechar em queda por seis pregões seguidos. O noticiário político interno pesou nesta quinta-feira (28), de acordo com profissionais das mesas de câmbio. O embate entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) fez o real ir na contramão de outras moedas emergentes, que ganharam força ante o dólar. No mercado à vista, o dólar fechou com valorização de 1,97%, cotado em R$ 5,3832. No mercado futuro, o dólar para junho foi a R$ 5,3975.

No final desta tarde, notícias de que o presidente Donald Trump fará uma coletiva de imprensa nesta sexta para falar sobre as tensões com a China fizeram a moeda americana acelerar a alta e bater máximas. O real teve o pior desempenho nesta quinta no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas.

Bolsonaro pediu um “basta” ao Supremo e disse que “ordens absurdas não se cumprem, temos que botar um limite”, sobre as ações recentes do STF, no inquérito das fake news. Nesta tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que as declarações de Bolsonaro “são muito ruins” e vão no “caminho contrário contra tudo o que começamos a construir com todos os poderes”, além de gerarem insegurança.

“O fator político pesou, essa guerra entre STF e governo está ficando pesada, investidores estão vendo com preocupação”, afirma o responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen. “O exterior também não ajudou.” Nesse ambiente, os investidores aproveitaram para realizar lucros das quedas recentes, ressalta ele. No mês, o dólar ainda acumula queda de 1%.

No exterior, o dólar caiu ante divisas fortes e emergentes, em meio a nova rodada de indicadores ruins da economia americana e aumento da tensão com a China, que hoje aprovou uma lei de segurança nacional para Hong Kong. Após a notícia da entrevista de Trump amanhã sobre a China, os ativos de risco pioraram e o dólar reduziu a queda ante emergentes.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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