Economista alerta para alta do dólar com invasão à Ucrânia: ‘Impacto direto à economia brasileira’
Em entrevista ao Morning Show, Renata Barreto afirmou que consequências de ataques no leste europeu podem afetar relações diplomáticas entre Rússia e Brasil
Nesta quinta-feira, 24, o programa Morning Show, da Jovem Pan, recebeu a economista Renata Barreto. Em entrevista, ela explicou sobre os possíveis cenários econômicos com a alta do dólar e dos barris de petróleo após a invasão russa à Ucrânia. “Na questão econômica, o dólar vai subir. Tinha tido uma queda significativa desde janeiro, mas naturalmente as pessoas acabam correndo para a moeda mais forte e a moeda mais forte é o dólar. Se as escaladas continuarem, a gente não sabe até onde isso vai eu espero que não seja duradouro, mas o Putin não está para brincadeira, não dá para saber”, disse. “O dólar vai continuar sendo pressionado caso esse conflito continue. Na questão do petróleo, sem dúvidas, acho que já vem subindo, e com o conflito entre Ucrânia e Rússia vai continuar. Isso impacta diretamente a economia brasileira, além das questões diplomáticas entre Brasil e Rússia e outros países também”, concluiu.
Barreto citou o Memorando de Budapeste, acordo político entre Rússia e Ucrânia assinado em 1994. “O fato da Ucrânia ter deixado as armas nucleares no tratado de Budapeste, que foi feito em 1994, quando foi feita a dissolução da União Soviética, dizia que a Ucrânia se comprometeria a entregar suas armas nucleares e em troca seria protegida, iria ter uma garantia de que não seria invadida”, explicou. “A gente vê que não é bem assim que as coisas acontecem. A Ucrânia liberou suas armas nucleares, mas a gente vê que não dá para fazer determinados acordos acreditando que isso vai acontecer e vai ser cumprido com países como Rússia, China e outros.”
Para a economista, a crise bélica entre os países afetará em proporções maiores as relações comerciais entre Rússia e territórios da União Europeia. “A Europa está sob ameaça muito mais direta. Embora a Ucrânia esteja ao leste, obviamente países aliados e acordos de comércio são afetados por essas ofensivas. Como a gente tem no Conselho de Segurança da ONU China e Rússia? É uma oportunidade para reavaliar e dar respostas mais enérgicas”, disse. “Eu espero que a Otan se movimente nisso. Os países bálticos já pediram a cláusula 4, que seria observar esse ataque como um ataque à Otan, e não somente contra um país aliado.”
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