Efeito de aumento do combustível na inflação é pequeno, dizem analistas
O aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, com reflexos diretos para o diesel e a gasolina, e a disparada do dólar em relação ao real têm, por enquanto, efeito discreto na inflação deste ano, segundo economistas.
Nas contas da consultoria GO Associados, o impacto do dólar e dos combustíveis até o momento é de 0,43 ponto porcentual. Isto é, para um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) inicialmente projetado em 3,5% para 2018, a inflação subiria para 3,93%. Mesmo assim, o IPCA ainda ficaria abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 4,5% ao ano.
“Não é um cenário preocupante, por enquanto, mas é para ser monitorado”, pondera Luiz Castelli, economista responsável pela projeção. Ele frise que a estimativa é conservadora. Ele considerou o preço médio de US$ 74 por barril de petróleo e o dólar a R$ 3,70. E ambas as cotações estáveis até dezembro.
Nas contas da Tendências Consultoria Integrada, o impacto da alta dos combustíveis deve ser de 0,30 ponto porcentual no IPCA deste ano. Por enquanto, Marcio Milan, economista da consultoria, diz que a projeção para o IPCA está mantida em 3,7% para este ano.
“A inflação aguenta ‘desaforo’ porque segue muito abaixo do centro da meta de 4,5%”, diz o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Ele projeta um IPCA de 3,4% para este ano e não alterou a estimativa por causa do combustível e do câmbio.
Os economistas concordam que a fraqueza da atividade impede o repasse de custos para o preço ao consumidor.
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