Entenda razões que causaram queda do bitcoin e outras criptomoedas

Moeda virtual atingiu seu menor valor frente ao dólar em quase um ano, após máxima histórica em novembro

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2022 16h31
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Mohamed Hassan / Pixabay bitcoin Bitcoin é conhecido como um investimento volátil, com grandes altos e baixos

O bitcoin atingiu um dos menores valores em um ano na segunda, 9: a moeda virtual fechou o dia em US$ 30.078,20 (R$ 155 mil), e a última vez que havia chegado a níveis tão baixos foi em 20 de julho de 2021, quando esteve em U$ 29.789,90. Embora opere em alta nesta terça, 10, o movimento ao longo do mês aponta baixa de 15%, caindo para valores abaixo da metade da alta histórica de U$ 69 mil de novembro do ano passado. As criptomoedas têm uma natureza volátil, com grandes altas e baixas, e outras moedas do tipo também caíram nos últimos dias, como Ethereum, Solana e Benance.

Esse movimento é explicado por algumas razões gerais do mercado financeiro. Um deles é a busca dos investidores por ativos mais seguros, em meio a um cenário de inflação alta e juros altos – com os juros altos, o retorno de investimentos considerados muito seguros, como os títulos do governo dos Estados Unidos, se tornam mais atrativos por ficarem melhor remunerados. Assim, criptomoedas e outros investimentos como ações de empresas de tecnologia caíram. A bolsa Nasdaq, que reúne as principais companhias de tecnologia dos Estados Unidos, teve queda de 1,5% na semana passada e acumula perdas de 22% desde o início de 2022. Problemas internacionais, como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China, também levam os investidores a procurarem opções seguras.

Outra razão é a baixa liquidez do mercado de criptomoedas, ou seja, a dificuldade em transformar esses ativos em dinheiro rapidamente. Por fim, há sinais ruins vindos das stablecoins, moedas virtuais que estão atreladas ao dinheiro tradicional ou outro tipo de investimento. A Terra USD, quarta maior stablecoin do mundo, perdeu sua atrelagem ao dólar nesta terça, e o valor dela tem caído desde então. A comunidade de criptomoedas acompanha a Terra com grande atenção porque seus criadores estabeleceram planos para montar uma reserva de US$ 10 bilhões em bitcoins para apoiar a stablecoin, e porque ela mantém sua indexação em grande parte em outra criptomoeda volátil, a Luna. Isso é feito por meio de programação de algoritmos no sistema tecnológico blockchain Terra. De forma simples, para cada TerraUSD criado, cerca de 1 de Luna é retirado da circulação e vice-versa, o que significa que a volatilidade na UST poderia potencialmente se espalhar para os mercados de bitcoin.

As criptomoedas funcionam como as moedas físicas, mas circulam apenas em ambiente digital, sem ter um Banco Central que garanta seu lastro e estabilidade. As operações com elas são registradas por meio da tecnologia blockchain, que usa diversos computadores para garantir a posse dos legítimos donos e registrar todas as quantias transferidas, quem transferiu para quem e qual o valor. Como não há uma proteção, as criptomoedas são consideradas um ativo de risco.

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