Fed aponta panorama sombrio e mantém juros em 0% até 2022
A pandemia do novo coronavírus causará uma retração econômica de 6,5% e uma taxa de desemprego de 9,3% nos Estados Unidos até o final do ano, de acordo com o Federal Reserve (Fed). O banco americano revelou nesta quarta-feira (10) suas primeiras projeções para a economia do país desde a crise da Covid-19, além de ter anunciado que as taxas de juros permanecerão próximas de 0% até 2022.
“Não estamos sequer pensando sobre aumento dos juros”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva por teleconferência após a reunião de política monetária de dois dias do banco central americano.
A instituição apontou uma recuperação econômica em 2021 de 5% e uma queda no desemprego para 6,5%, embora preveja que a inflação permanecerá abaixo de sua meta anual de 2% até o final de 2021.
“O vírus e as medidas tomadas para proteger a saúde pública levaram a uma forte queda da atividade econômica e a um aumento da perda de empregos”, destacou o Fed em comunicado aprovado por unanimidade por todos os integrantes de sua direção.
Olhando para o futuro, Powell alertou para “a alta incerteza e o risco considerável” que a economia enfrenta. “Devemos ser honestos, pois este será um longo caminho”, declarou, lembrando que há mais de 20 milhões de pessoas desempregadas devido ao grave impacto econômico do vírus nos EUA.
A taxa de desemprego fechou maio em 13,3%, abaixo dos 14,7% registrados em abril, o que tem sido interpretado por alguns analistas como o início da recuperação.
Powell chamou a queda do desemprego em maio de “uma surpresa positiva”, mas disse que mais dados são necessários para que os sinais de uma estabilização sejam mais fortes.
Juros
O Fed cortou abruptamente as taxas de juros em meados de março em uma reunião de emergência e os colocou na faixa atual de 0 a 0,25%. Além disso, fez várias rodadas de grandes injeções de liquidez para neutralizar o grave choque econômico causado pela paralisação da atividade econômica devido às medidas para restringir a mobilidade urbana e aumentar o distanciamento social.
Powell reiterou nesta quarta que continuará a utilizar todas as ferramentas disponíveis para reativar a economia, incluindo empréstimos emergenciais a empresas, estados e municípios.
“Para apoiar o fluxo de crédito às famílias e empresas, nos próximos meses o Fed aumentará sua carteira de títulos do Tesouro e ativos hipotecários”, afirmou o comunicado.
Por outro lado, Powell enalteceu a reação “rápida e poderosa” do Congresso ao aprovar um pacote de ajuda de US$ 3 trilhões em abril, o maior da história do país. Porém, ele advertiu que, devido à atual crise “sem precedentes”, é provável que um pacote adicional de estímulo fiscal seja necessário no futuro próximo para ajudar as famílias e as empresas “nestes tempos extraordinários”.
A próxima reunião do Fed está prevista para os dias 28 e 29 de julho.
* Com EFE
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