FGV: clima econômico na América Latina sobe 26,6 pontos no trimestre até outubro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/11/2017 09h45
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Marcos Santos/USP Imagens Com o resultado, o ICE ficou 10 pontos acima da média histórica dos últimos dez anos

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina avançou 26,6 pontos na passagem do trimestre encerrado em julho para o trimestre encerrado em outubro, alcançando 99,1 pontos, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo. “A América Latina acompanha os ventos favoráveis que predominam no cenário internacional e que sinalizam uma retomada sustentada do crescimento econômico”, avaliou a economista Lia Valls, do Ibre/FGV, em nota oficial.

Com o resultado, o ICE ficou 10 pontos acima da média histórica dos últimos dez anos. Houve melhora tanto da avaliação da situação corrente quanto das perspectivas de curto prazo. O Indicador da Situação Atual (ISA) subiu 18,8 pontos, para 56,2 pontos. Já o Indicador das Expectativas (IE) cresceu 37,4 pontos, para 153,9 pontos.

Em nível mundial, o Indicador de Clima Econômico mantém-se na zona favorável, mas com avanço menos expressivo que o da América Latina. Todos os principais países do mundo desenvolvido estão na zona de avaliação favorável do clima econômico, exceto o Reino Unido (68,2 pontos). Houve crescimento em todos os países entre julho e outubro, exceto no Japão (queda de 2,7 pontos) e na Alemanha (-2,9 pontos).

Entre os Brics, somente a Índia registrou recuo no ICE, de 32,5 pontos. O Brasil teve um aumento de 32,7 pontos no trimestre até outubro, mas se mantém na zona desfavorável, aos 91,7 pontos.

A sondagem de outubro fez uma enquete sobre os principais problemas que dificultam o crescimento econômico do País. Os itens considerados importantes, com pontuação acima de 50 pontos, foram a falta de inovação (em dez países); falta de competitividade internacional (nove países); corrupção (oito países); infraestrutura inadequada (sete países); falta de mão de obra qualificada (7 países); falta de confiança na política do governo (seis países); expansão da desigualdade e de renda (seis países); barreiras legais/administrativas (cinco); falta e capital (quatro); demanda insuficiente (quatro); instabilidade política (três); clima desfavorável ao investidor estrangeiro (dois); barreira às exportações (dois); dívida (um); e, banco central (um).

Os especialistas brasileiros consideraram que dez são os problemas que “engessam” o crescimento do País, com destaque para a corrupção e a infraestrutura inadequada. “O clima econômico melhorou no Brasil, mas temos ainda um longo caminho a percorrer para assegurarmos um ciclo de crescimento sustentado”, concluiu Lia Valls.

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