Galípolo afirma que divergências entre diretores do Banco Central no Copom ‘não têm um impacto muito relevante’

Presidente do BC também lembrou o episódio da decisão rachada sobre a magnitude do corte da Selic em maio

  • Por Jovem Pan
  • 26/08/2024 15h17
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TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Gabriel Galipolo Gabriel Galípolo participou de evento em comemoração aos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou nesta segunda-feira (26), sobre eventuais divergências entre a diretoria do BC no Comitê de Política Monetária (Copom), que classificou como “granulares”, e lembrou o episódio da decisão rachada sobre a magnitude do corte da Selic em maio. Ele participou de evento em comemoração aos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PU), em Teresina. Galípolo explicou que a autoridade monetária adota uma série de modelos para monitorar os dados e que se apoiam em muitos modelos de câmbio para o processo decisório.

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No caso da decisão dividida, de cinco votos a quatro por uma redução de 0,25 ponto porcentual na Selic em maio, ele disse que a decisão estava dentro do intervalo do modelo de confiança para um horizonte de 18 meses.

“Como está todo mundo exposto a aqueles dados e aos cenários que são feitos, as alternativas vão se estreitando com a forma que você vai chegando para a reunião porque está todo mundo com uma visão que foi compartilhada ali, do ponto de vista daquilo que foi municiado e aí essas divergências acabam sendo divergências que são mais granulares, não são divergências que têm um impacto muito relevante”, disse o diretor do BC.

Primeira experiência de autonomia do BC

Ele ainda ponderou que o País está passando pela primeira experiência da autonomia do BC e que isso não significa que haverá rupturas, por causa da institucionalidade. Galípolo reconheceu, no entanto, que na reta final do processo decisório pode haver um “judgement call”. “Eu realmente acho que a melhor coisa que pode acontecer com a autonomia do BC é que essas decisões estratégicas sejam o mais colegiada possível, que a gente não tenha decisões monocráticas”, afirmou o diretor.

Câmbio

Em relação ao mercado de câmbio, que passou por grandes oscilações recentemente sem intervenção do BC, Galípolo disse que a autoridade monetária observa se há disfuncionalidades. “Muitas vezes as pessoas acham que é só uma questão de liquidez, se está faltando liquidez especificamente ou não no mercado de câmbio. Mas você também vai comparar o descasamento com os pares, o descasamento com os fundamentos e tentar decifrar quais são as causas para aquilo poder estar acontecendo”, explicou o diretor de Política Monetária.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Keller

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