Governo desiste de tentar emplacar Guido Mantega no comando da Vale
Em movimento coordenado com o Palácio do Planalto, ex-ministro da Fazenda deve divulgar uma carta oficializando a desistência; notícia provocou a valorização das ações da mineradora
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desmobilizou as articulações para conduzir o economista Guido Mantega ao cargo de CEO da Vale. O comitê de acionistas da mineradora está programado para se reunir na próxima terça-feira para decidir sobre a sucessão. Ministro da Fazenda entre 2006 e 2015 — período que compreende o segundo mandato de Lula e os dois de Dilma Rousseff —, Mantega contava com o apoio petista para suceder Eduardo Bartolomeo, atual CEO. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, defendeu publicamente a entrada do aliado na Vale. No entanto, pesou a grande rejeição do mercado devido à recessão econômica que atingiu o país no governo Dilma. Em movimento que sinaliza o recuo do governo, Mantega deverá divulgar hoje uma carta para desistir da indicação. A notícia da desistência provocou a valorização das ações da Vale, e consequentemente deu força ao Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, B3.
Nesta sexta-feira, 26, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, refutou as alegações de que o presidente teria discutido a indicação de Guido Mantega para a presidência da Vale. Silveira enfatizou que o chefe do Executivo não se envolveria diretamente em assuntos de uma empresa de capital aberto. Segundo o ministro, “em nenhum momento o presidente tratou de qualquer questão em relação à sucessão da Vale”. O ministro ainda enfatizou a natureza independente da empresa, listada em Bolsa, e mencionou uma entrevista em Davos, Suíça, onde destacou a posição do governo de participar legitimamente do processo de sucessão na Vale. Ele nega que o governo pressionou ou ameaçou conselheiros da Vale em favor de Mantega.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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