Guedes defende que salário de servidores seja igual ao da iniciativa privada

Em audiência para debater a reforma administrativa, ministro da Economia afirmou que funcionários públicos devem ter estabilidade menor e passar por avaliações

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2021 12h11 - Atualizado em 11/05/2021 17h12
Bruno Rocha/Estadão Conteúdo Paulo Guedes, ministro da Economia, defendeu reforma administrativa durante audiência no Congresso Ministro voltou a criticar pedidos de reajuste ao afirmar que aumentos trazem riscos para o controle da inflação

Ministro da Economia, Paulo Guedes defendeu nesta terça-feira, 11, que o salário dos servidores públicos que ingressarem na máquina pública seja equivalente ao pago na iniciativa privada. O chefe da equipe econômica também afirmou que a reforma administrativa encaminhada pelo governo federal em 2020 não irá retirar os direitos adquiridos dos atuais funcionários públicos, e que os futuros servidores deverão ter estabilidade reduzida e precisarão passar por avaliações. “Não é porque um jovem fez um concurso aos 19, 20 anos, e tem um salário apenas 20% abaixo de quem vai estar no topo da carreira 20 anos depois. E, ao mesmo tempo, adquiriu estabilidade de emprego antes de ser avaliado pelos seus superiores hierárquicos e pela própria prestação de serviço”, afirmou. “Não é só fazer um exame, e na mesma hora você ganha um salário muito alto e uma estabilidade para o resto da vida. Isso não é razoável. Você vai entrar com o salário compatível que teria na iniciativa privada, será avaliado.”

Guedes participa da audiência pública para debater a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, o projeto encaminhado pelo governo federal para implementar a reforma administrativa, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O ministro classificou a proposta como “moderada” e disse que ela foi resultado de negociações e conversas com os parlamentares. Apesar de ser apontada como um dos pilares da agenda de reformas do Ministério da Economia, o texto teve pouco avanço no Congresso desde que foi encaminhado, em setembro do ano passado. Segundo o ministro, essa pausa “não é surpresa” por causa da pandemia do novo coronavírus. “Mas continuamos conversando e removendo obstáculos”, disse.

Em diversos momentos, o chefe da equipe econômica ressaltou que as mudanças propostas pelo governo atingirão somente os servidores que entrarem no funcionalismo, e que todos os direitos adquiridos pelos atuais, apesar de serem classificados como “privilégios”, serão mantidos. “O que queremos é que esses privilégios não sejam estendidos aos futuros [servidores]. Mas não estamos tirando de ninguém, todo mundo que ganhou isso, que mantenha, só queremos que tenha regras novas para quem entrar.” A criação de carreiras típicas de Estado é uma das principais mudanças da reforma tributária encaminhada pelo governo federal. Segundo Guedes, as carreiras que integrarão essa categoria, que garante a estabilidade dos servidores, deverão ser listadas em um projeto futuro.

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