IBGE: Desemprego recua para 11,1% em dezembro, mas renda atinge mínima histórica

Rendimento real habitual caiu 3,6% frente ao trimestre anterior, ficando em R$ 2.447, o menor valor já registrado desde 2012

  • Por Jovem Pan
  • 24/02/2022 12h31 - Atualizado em 24/02/2022 17h41
carteira de trabalho aberta em uma página e com um carimbo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios foi divulgada nesta quinta-feira, 24, pelo IBGE

A taxa de desemprego no Brasil caiu 11,1% trimestre móvel de outubro a dezembro de 2021, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad – Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice recuou 1,5 ponto percentual em comparação com o trimestre de julho a setembro de 2021, quando a taxa foi de 12,6%, e 3 pontos percentuais ante mesmo trimestre de 2020 (14,2%). A taxa média anual em 2021 ficou em 13,2%, 0,6 p.p. menor que em 2020 (13,8%). O valor mostra uma tendência de recuperação frente à de 2020. Apesar da melhora, o índice continua acima do patamar pré-Covid. A população desocupada representa 12 milhões de pessoas, o que significa uma diminuição 10,7% frente ao período anterior e de 16,7% ante o mesmo trimestre móvel de 2020. Já a média anual totalizou 13,9 milhões de desempregados em 2021, contra 13,8 milhões de pessoas em 2020.

“Muitas pessoas ao longo dos dois anos perderam suas ocupações e várias delas interromperam a busca por trabalho no início de 2020 por causa da pandemia. Depois houve uma retomada dessa busca, ainda que o panorama econômico estivesse bastante desfavorável, ou seja, não havia uma resposta elevada na geração de ocupação. Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação”, explicou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. Ao mesmo tempo, a população ocupada cresceu 3% ante os três meses anteriores, representando 95,7 milhões de brasileiros, e subiu 9,8% na comparação com mesmo intervalo de 2020. A média anual teve um aumento de 5% entre 2020 e 2021, atingindo 91,3 milhões de pessoas.

As informações do IBGE também demonstram melhora em outros dados, como na taxa de subutilização, que caiu para 24,3%, 2,2 pontos percentuais ante o trimestre de julho a setembro de 2021 e 4,5 p.p. ante o mesmo trimestre de 2020 (28,8%). A taxa média anual de subutilização em 2021 atingiu o segundo maior valor da série (27,2%), abaixo apenas de 2020 (28,2%). O número de pessoas fora da força de trabalho, 64,5 milhões de pessoas, teve redução de 1,4% e a população desalentada, que representa 4,8 milhões de pessoas, reduziu  6,9% ante o trimestre anterior. No setor privado, o número de empregados com carteira de trabalho subiu 2,9% na comparação com os três meses anteriores, totalizando 34,5 milhões de pessoas. O montante de empregados sem carteira, por outro lado, soma 12,4 milhões pessoas, um aumento de 6,4% na comparação com o trimestre anterior. A taxa de trabalhadores por conta própria cresceu 1,9%, atingindo 25,9 milhões de pessoas. Os trabalhadores domésticos somaram 5,7 milhões de pessoas, um aumento de 6,4% no trimestre. O índice de informalidade no período foi de 40,7% da população ocupada, ou 8,9 milhões de trabalhadores informais. Apesar da melhora nos indicadores, o rendimento real habitual caiu 3,6% frente ao trimestre anterior e de 10,7% na comparação com 2020, ficando em R$ 2.447. É o menor valor já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

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