IBGE: queda na indústria de SP ante abril é a mais intensa desde dezembro de 2008

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/07/2018 12h12 - Atualizado em 11/07/2018 12h13
Tânia Rêgo/Agência Brasil greve dos caminhoneiros Os efeitos negativos da paralisação dos caminhoneiros se deram tanto pela falta de abastecimento de matérias-primas como pelo não escoamento da produção

Os bloqueios de estradas em todo o País, promovidos por caminhoneiros ao longo de 11 dias ao fim de maio, fizeram a indústria paulista retroceder em 15 anos. A produção regrediu ao nível de 2003, quando estava no patamar mais baixo da série histórica, iniciada em 2002, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O patamar de produção fica mais próximo do (nível) mínimo, 7,8% acima do mínimo, que foi em julho de 2003”, contou Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE.

A produção de São Paulo, maior parque industrial do País, recuou 11,4% na passagem de abril para maio, o pior resultado desde dezembro de 2008, quando encolheu 13,1%. As perdas foram disseminadas entre as 14 atividades pesquisadas, embora o impacto negativo da fabricação de veículos tenha sido mais relevante.

Em abril, a indústria paulista estava 17,3% abaixo do pico de produção alcançado em março de 2011. Em maio, essa distância aumentou para 26,4%.

Os efeitos negativos da paralisação dos caminhoneiros se deram tanto pela falta de abastecimento de matérias-primas como pelo não escoamento da produção, apontou Almeida. Os prejuízos foram contabilizados pelas indústrias de todo o País.

“Foi um impacto negativo disseminado. Um evento não previsto para a indústria nacional, por isso ele causou esse espalhamento de resultados negativos”, disse o pesquisador do IBGE.

Em maio, 14 dos 15 locais investigados pelo IBGE tiveram queda na produção em relação a abril. As perdas foram recorde na Região Nordeste (-10,0%), Santa Catarina (-15,0%), Mato Grosso (-24,1%) e Paraná (-18,4%).

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.