Ilan: cenário internacional é benigno, mas não se deve esperar isso para sempre
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira (11) que o cenário internacional permanece benigno, mas não se deve esperar que isso permaneça para sempre. Segundo ele, recentemente houve maior volatilidade no mercado global, vindo de desafios ligados ao crescimento, às negociações entre países e também de expectativas quanto à normalização da política monetária dos Estados unidos e de outros países.
“O cenário permanece benigno, mas não podemos esperar que este cenário fique assim para sempre”, afirmou Ilan Goldfajn durante entrevista, por teleconferência, a jornalistas da imprensa internacional. “Temos que continuar na agenda de reformas e ajustes da economia”, acrescentou.
Ele pontuou que, no último ano, a agenda de reformas e ajustes da economia foi “bastante intensa”, mas que é preciso continuar neste caminho para manter a inflação baixa no futuro. De acordo com o presidente do BC, a expectativa é de que a inflação fique próxima de 3,8% em 2018 e de 4,0% em 2019 e 2020. “Nós indicamos que no nosso cenário é de um corte adicional da Selic (a taxa básica de juros) no próximo encontro do Copom, a menos que as condições se alterem”, acrescentou Ilan, em referência ao encontro do comitê em maio.
Ilan citou ainda as reservas internacionais do Brasil, atualmente em US$ 383 bilhões, e a posição da instituição em swaps, próxima de US$ 24 bilhões, como fatores para que o País resista à volatilidade. “Temos o suficiente de reservas e de swaps para enfrentar qualquer cenário à frente”, disse.
Crescimento
Ele também repetiu, no início da entrevista, a avaliação de que a economia brasileira tem se recuperado de forma gradual, mas consistente. “Não é sempre numa linha reta, temos altos e baixos”, disse, acrescentando que o mercado espera alta do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2,5% e 3,0% para este ano. “É uma recuperação consistente.”
Perspectivas para o Copom
O presidente do Banco Central afirmou que não há mudanças na perspectiva da instituição para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). O comentário foi feito após questionamento a respeito da baixa inflação, de apenas 0,09% em março, divulgada na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Nós sempre analisamos o que ocorreu nas reuniões, mas não há mudanças nas perspectivas”, afirmou Ilan. “Nós indicamos para a próxima reunião um novo corte da Selic (a taxa básica de juros) ” Posteriormente, conforme Goldfajn, serão avaliadas as informações disponíveis. O presidente do BC salientou que o Copom sempre observa os riscos de ambos os lados – ou seja, de uma inflação baixa, de um lado, e de frustração com as reformas com reversão do cenário externo favorável, de outro.
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