Ilan: reservas de US$ 380 bi representam um seguro contra volatilidade e choques

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  • 08/06/2018 16h23
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil "As reservas nos permitem navegar por esse período oferecendo um pouco dessas reservas para o mercado, que está precisando", disse o presidente do BC
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira (8) que as reservas internacionais do Brasil, de cerca de US$ 380 bilhões, que equivalem a 21% do PIB, são “um seguro contra volatilidade, contra mau funcionamento dos mercados e contra choques externos”. “As reservas nos permitem navegar por esse período oferecendo um pouco dessas reservas para o mercado, que está precisando”, disse em palestra para o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), na capital paulista.

Ilan Goldfajn reforçou que não há relação mecânica entre o câmbio e a política monetária. Ele ponderou, no entanto, que não significa que os choques não influenciem na inflação.

“É isso o que fazemos a cada 45 dias, nós avaliamos os impactos dos choques na inflação”, disse Ilan, reiterando que o fato de a inflação estar baixa dá uma tranquilidade para a política monetária. “A economia está com atividade fraca, a expectativa de todo mundo para frente está bem ancorada na meta, o que ajuda que o repasse para a inflação seja mais baixa”, afirmou.

Para o presidente do BC, para que o cenário continue estável no médio e no longo prazo, com mais crescimento econômico e inflação baixa, é importante sinalizar a continuidade do processo de reformas, principalmente as fiscais. “Isso que vai dar a âncora para a tranquilidade necessária”, disse.

Redução de indexação
Goldfajn disse ainda que o Brasil conseguirá reduzir a indexação da economia se mantiver a inflação baixa por período prolongado, o que depende da aprovação de reformas e ajustes estruturais. Ele sustentou que a indexação tem raízes mais culturais do que legislativas, lembrando que nenhuma lei obriga as escolas a reajustar mensalidades a cada 12 meses.

“Quanto menos indexação, mais potente é a política monetária … A indexação faz isso, te amarra ao passado”, afirmou Goldfajn. “Se a gente conseguir manter a inflação baixa, vamos conseguir reduzir a indexação. Para manter a inflação baixa, temos de seguir o curso, reformar e ajustar a economia”, acrescentou.

Ele aproveitou ainda para ressaltar as medidas que o BC vem tomando para o País ter um sistema financeiro mais justo e de custo do crédito mais baixo. Disse que a autarquia tem se concentrado em reduzir os custos operacionais – assim como ampliar as garantias do sistema bancário -, e em incentivar a competição com menores restrições a fintechs. Também defendeu a redução dos subsídios cruzados, de forma a permitir que mais tomadores de crédito tenham acesso a juros mais baixos.

Sobre as medidas para diminuir os juros, Goldfajn lamentou que o projeto de cadastro positivo, uma espécie de ranking de bons pagadores, venha recebendo resistência de órgãos de defesa do consumidor na Câmara.

Bolsonaro

O presidente do BC se recusou a comentar a possibilidade de permanecer à frente da instituição em um eventual governo de Jair Bolsonaro, deputado federal do Rio de Janeiro que é pré-candidato à Presidência pelo PSL.

“Eu tenho dito que não comento candidatos, assessores de candidatos, apostas e eleições. Eu sempre digo que o papel do BC é se manter neutro, apartidário. Precisamos de atores neutros, para ajudar nessa transição para o próximo governo”, explicou Goldfajn, em resposta a uma pergunta feita após palestra no Ibef

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