Importadores elevam compra de petróleo no exterior em maio, relata FGV

Movimento ajudou a reduzir superávit em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da instituição

  • Por Jovem Pan
  • 22/06/2022 12h40
REUTERS/Regis Duvignau Barris de petróleo em pátio da Vermilion Energy, na França. Volume importado de petróleo subiu, mas maior parte do aumento no valor das importações foi devido à subida no preço do produto

A balança comercial brasileira teve um superávit menor em maio, em relação ao mesmo mês de 2021, informou um relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta, 22. O saldo da balança comercial foi de US$ 4,9 bilhões em maio, o que representou uma queda de US$ 3,6 bilhões em relação a maio de 2021. No acumulado do ano até maio, a superávit passou de US$ 26,6 bilhões, em 2021, para US$ 25,4 bilhões, em 2022. Em volume, as exportações caíram 8,1% em maio de 2022 em relação a maio de 2021, e as importações cresceram 3,2%. “O superávit em 2022 pode ainda ser superior ao de 2021, desde que a variação no volume importado desacelere num cenário de elevação de preços das commodities”, projetou a FGV. O principal destaque nos dados foi a mudança no petróleo e derivados: de um saldo de US$ 2,8 bilhões em fevereiro de 2022, passou para US$ 88 milhões em maio.

Embora o preço do petróleo responda pela maior parte da redução no saldo, tendo quase dobrado em um ano, também houve aumento na demanda. A FGV ainda atribui a situação a problemas ocorridos no Brasil. “No mês de maio, as maiores contribuições para o aumento do volume importado foram as de derivados de petróleo (óleo diesel, naftas, hulha betuminosa), petróleo e produtos associados a adubos e fertilizantes. Os importadores, com receio da conjuntura internacional e com as turbulências que vem ocorrendo no mercado de petróleo do Brasil, podem ter antecipado suas compras. É prematuro concluir que se iniciou uma mudança no rumo das importações. No caso das exportações, a Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou o crescimento do comércio mundial de 4,7% para 3% para 2022, devido a Guerra na Ucrânia, a desaceleração do crescimento na China e aceleração da inflação, o que leva a políticas de aumento de juros e reduz o crescimento da demanda”, avaliou o Icomex.

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