Indicador de incerteza (IIE-Br) cai 5,9 pontos em agosto ante julho, afirma FGV
O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) recuou 5,9 pontos na passagem de julho para agosto, alcançando 130,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (30). O resultado recupera apenas parte da alta de 23,7 pontos acumulada nos dois meses anteriores.
Com o segundo recuo consecutivo, o indicador recupera quase metade da forte alta observada entre abril e junho, sob efeito do agravamento da crise política, em 17 de maio, com a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo de proteína animal JBS, que envolveu o presidente Michel Temer.
“Apesar da queda no mês, o nível do indicador ainda está muito alto, com potencial para afetar negativamente tanto os investimentos quanto o ímpeto de compra dos consumidores. Quanto ao futuro, se não tivermos nenhuma surpresa, espera-se a continuidade de queda do indicador, mas o cenário político e uma possível denúncia mais dura contra o presidente Michel Temer, por exemplo, e o cenário externo, com a intensificação das tensões com a Coreia do Norte, podem reverter essa tendência rapidamente”, avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IIE-Br passou a integrar o calendário de divulgações de indicadores econômicos do Ibre/FGV no fim de 2016. O índice mensal é composto por três componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA; e o IIE-Br Mercado, baseado na volatilidade do mercado financeiro.
Em agosto, a queda do IIE-Br deveu-se a recuos nos componentes Mídia e Expectativa. O IIE-Br Mídia caiu 5,8 pontos no mês, contribuindo com -5,2 pontos (ou 88%) para o recuo do índice geral. O IIE-Br Expectativa diminuiu 3,1 pontos, contribuindo com 0,8 ponto para a queda do indicador agregado de incerteza.
“Conforme prevíamos no mês passado, a variação positiva do IIE-Br Expectativa era apenas um soluço causado pelo aumento do PIS/Cofins dos combustíveis”, completou Ferreira.
Já o IIE-Br Mercado aumentou 0,4 ponto, o equivalente a um impacto positivo de 0,1 ponto no IIE-Br. A coleta do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.
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