Índice de produção da indústria cai para 48,1 pontos em setembro, diz CNI
A produção industrial recuou em setembro, como mostra a Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 26, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador que mede a evolução da produção ficou em 48,1 pontos em setembro, ante 54,8 pontos registrados em agosto.
A CNI destaca que a queda é usual para o período e que o recuo é menor que o verificado em anos anteriores. “Ou seja, a redução da produção na passagem de agosto para setembro foi menos intensa em 2017 que no mesmo período de anos anteriores”, diz a pesquisa.
O indicador que mede o número de empregados na indústria alcançou 49 pontos em setembro, valor próximo aos 49,1 pontos registrados em agosto. Pela metodologia da pesquisa, os índices variam de zero a cem pontos e, quando está abaixo dos 50 pontos, mostra queda no emprego. A avaliação da CNI, no entanto, é que, como está próximo da linha divisória dos 50 pontos, o índice indica que o fim das demissões está se consolidando.
A pesquisa apontou ainda que a utilização da capacidade instalada continua muito baixa. Esse indicador ficou em 66% em setembro, um ponto porcentual abaixo do registrado em agosto, que foi de 67%. O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual recuou também 1,6 ponto, para 41,8 pontos, ante 43,4 pontos registrados em agosto.
Com relação aos estoques, a Sondagem mostra eles estão um pouco acima do planejado pelos empresários. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado aumentou 0,7 pontos em relação a agosto e alcançou 50,7 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos e, quando está acima de 50 pontos, mostra estoques além do planejado.
Condições financeiras
Segundo a Sondagem, os índices de satisfação com a situação financeira e com o lucro operacional permanecem abaixo dos 50 pontos, o que revela descontentamento das empresas com suas condições financeiras. Apesar disso, destaca a CNI, os índices registraram o sexto trimestre consecutivo de crescimento, apontando que as condições financeiras das empresas estão em trajetória de recuperação.
Com relação aos principais problemas enfrentados pelas indústrias no terceiro trimestre do ano, a elevada carga tributária foi apontada por 45,2% das empresas ouvidas, ficando em primeiro lugar na lista. Na sequência, com 36,6% das assinalações, vem a demanda interna insuficiente e, em terceiro lugar, com 21%, a inadimplência dos clientes.
A pesquisa mostra ainda que caiu o número de empresas que apontam a taxa de juros elevada como um problema. Com as sucessivas reduções na taxa de juros Selic, as menções aos juros altos como obstáculo enfrentado pelas empresas caíram de 27,9% no quarto trimestre de 2016 para 18,2% no terceiro trimestre deste ano.
Expectativas
A Sondagem mostra que as expectativas dos empresários industriais para os próximos seis meses são positivas. Os indicadores de expectativas para demanda, compra de matéria-prima e exportações continuam acima de 50 pontos, mostrando otimismo. O indicador que mede a intenção de investimentos ficou em 49,6 pontos, praticamente estável em relação a agosto.
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