Indústria de materiais de construção tem queda de 4,7% nas vendas de junho

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/07/2018 13h49
Beth Santos/Secretaria da PR homem com carrinho de mão Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat)

Impactadas pela paralisação dos caminhoneiros, as vendas da indústria de materiais de construção no País caíram 4,7% em junho frente ao mesmo mês do ano passado. Agora, o setor acumula uma retração de 0,4% no primeiro semestre e uma leve alta de apenas 0,1% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A associação também revisou os números das vendas de maio, passando de alta de 3,5% para queda de 9,0% na comparação anual. Como a pesquisa é feita a partir de pesquisas de campo e dados governamentais, que são divulgados em períodos diferentes, ela ainda não havia captado completamente os efeitos da crise naquele mês.

Apesar dos resultados negativos nos últimos meses, a Abramat ainda espera uma expansão de 1,5% das vendas em 2018 ante 2017. “Nesse momento, não vamos revisar nossas projeções porque seguimos acreditando na sinalização de crescimento”, pondera o presidente da instituição, Rodrigo Navarro.

O executivo salienta que, embora seja provável que ocorra uma variação inferior a 1,5% no ano, o mais importante para o setor é que está mantida a expectativa de uma inflexão, com expectativa de alta no faturamento após três anos consecutivos de queda. As baixas chegaram a 3,2% em 2017, 13,5% em 2016 e 7,2% em 2015. “Acredito que veremos uma inflexão nos índices, passando de negativos para positivos, ainda que pequenos”, estima.

Segundo Navarro, a indústria de construção tem sido puxada pelas vendas de materiais no varejo para pequenas obras e reformas domésticas, onde a demanda deve permanecer estável. Ele observa que boa parte da população adiou as obras durante o auge da crise, mas a postergação chegou ao limite. “Não é possível adiar os cuidados com a casa por tempo indeterminado.”

Além disso, a indústria espera, daqui para frente, o início de um novo ciclo de obras de empreendimentos residenciais e comerciais que foram lançados nos últimos trimestres. “Nós vimos crescimento dos lançamentos, e uma parte disso se transformará em canteiros de obras a partir deste semestre”, prevê Navarro.

Já os projetos de infraestrutura, que têm grande porte e são grandes demandantes de materiais, só devem voltar a ganhar tração em meados de 2019, estima o presidente da Abramat. “Só depois da posse do novo governo e a definição das prioridades orçamentárias essas obras devem ser retomadas. O problema é que ainda não vimos os pré-candidatos se manifestarem sobre isso”, diz.

Em relação ao emprego da indústria de materiais de construção, houve recuo de 0,9% em junho frente ao mesmo mês de 2017. No ano, houve baixa de 1,2% no nível de emprego do setor e, em 12 meses, retração de 2,3%.

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