Inflação de novembro cai ante outubro e fica em 0,28%, diz IBGE
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou novembro com alta de 0,28% ante um avanço de 0,42% em outubro, informou na manhã desta sexta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,30% e 0,50%, com mediana positiva de 0,35%.
A taxa acumulada pelo IPCA no ano foi de 2,50%. No acumulado em 12 meses, o IPCA foi de 2,80%.
Com isso, a inflação corre o risco de fechar o ano de 2017 abaixo do piso da inflação, de 3%, o que demandaria explicações do Banco Central. Veja o comentário de Denise Campos de Toledo:
O acumulado dos últimos 12 meses (2,80%) superou os 2,70% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2016, o IPCA foi de 0,18%. Os dados completos do IPCA podem ser acessados aqui.
Alimentação e bebidas (-0,38%) e Artigos de residência (-0,45%) foram os únicos grupos com queda nos preços. Entre os demais, destaque para Habitação (1,27% e 0,20 p.p. de impacto no índice do mês), e Transportes (0,52% e 0,09 p.p.).
Pelo sétimo mês consecutivo, os alimentos, que representam cerca de 25% das despesas das famílias, caíram de preço (-0,38%), uma queda mais intensa do que a registrada em outubro (-0,05%). Nos últimos 12 meses, a variação acumulada desse grupo é de -2,32% e, no ano, a variação está em -2,40%, a menor desde a implementação do Plano Real em 1994.
Os preços dos alimentos para consumo em casa recuaram, em média, 0,72% de outubro para novembro. Itens de peso no consumo familiar registraram queda: farinha de mandioca (de 0,27% para -4,78%), tomate (de 4,88% para -4,64%), frutas (de 0,35% para -2,09%), pão francês (de 0,35% para -0,55%) e carnes (de 0,22% para -0,11%). Outros como o feijão-carioca (de -3,29% para -8,40%), os ovos (de -1,41% para -3,28%) e as carnes industrializadas (de -0,22% para -0,99%) intensificaram a baixa. Nesse grupo, com exceção da região metropolitana do Rio de Janeiro, com alta de 0,06%, as demais regiões apresentaram quedas entre -2,33% (Salvador) e -0,08% (Goiânia).
A alimentação fora de casa subiu 0,21%, sendo a maior alta em Brasília (2,06%). Nos Artigos de residência, a queda de 0,45% foi influenciada pelos itens eletrodomésticos (-1,11%) e tv, som e informática (-1,46%).
A Habitação, com variação de 1,27% e impacto de 0,20 p.p., foi o grupo de maior impacto, uma vez que a energia elétrica (0,15 p.p.) subiu, em média, 4,21%. Em novembro, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 2, já com a cobrança adicional do novo valor de R$ 5,00 a cada 100 Kwh consumidos. Em outubro, a bandeira tarifária vigente também era a vermelha patamar 2, porém o adicional era de R$ 3,50 a cada 100 Kwh consumidos.
Em Goiânia, a energia elétrica subiu 14,40%, devido ao reajuste médio de 15,70% no valor das tarifas desde 22 de outubro. Na mesma data, em Brasília, passou a vigorar o reajuste médio de 6,84% e, em uma das concessionárias de energia da região metropolitana de São Paulo, a tarifa de energia foi reajustada em 22,59%, em 23 de outubro.
Ainda no grupo Habitação, o preço do gás de botijão subiu 1,57%, influenciado pelo reajuste nas refinarias de, em média, 4,50% no gás de cozinha vendido em botijões de 13kg, em 5 de novembro. Além disso, desde 1º de novembro, o gás encanado no Rio de Janeiro (1,49%) sofreu reajuste de 1,54%, levando o item a registrar uma variação nacional de 0,82%.
A alta na taxa de água e esgoto (1,32%) deve-se ao reajuste de 7,89% nas tarifas em São Paulo (5,31%), aplicado desde 10 de novembro.
Entre os Transportes (0,52% e 0,09 p.p.), destaque para a gasolina e o etanol, mais caros, em média, 2,92% e 4,14%, respectivamente. As passagens aéreas recuaram 10,03% em novembro e, nos ônibus urbanos, a variação de -0,55% reflete a redução de R$ 0,20 nas passagens no Rio de Janeiro (-2,78%).
Quanto aos índices regionais, Salvador teve a maior queda (-0,26%), devido aos recuos em farinha de mandioca (-12,24%) e feijão-carioca(-25,37%). Em Goiânia houve a maior alta (0,96%), impulsionada pela energia elétrica (14,40%) e pela gasolina (5,03%).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e refere-se às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, abrangendo dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, de Campo Grande e de Brasília.
INPC fica em 0,18% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,18% em novembro, 0,19 p.p. abaixo do 0,37% de outubro. O acumulado no ano (1,80%) foi inferior aos 6,43% de igual período de 2016 e o menor acumulado para o período desde a implementação do Plano Real, em 1994. O acumulado dos últimos 12 meses (1,95%) ficou acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (1,83%). Em novembro de 2016, o INPC foi de 0,07%.
Os produtos alimentícios (-0,54%) caíram mais do que em outubro (-0,11%). Os não alimentícios variaram 0,49%, uma alta menor que a do mês anterior (0,58%).
Entre as regiões metropolitanas e municípios pesquisados, Salvador(-0,36%) teve a maior queda, com destaque para a farinha de mandioca (-12,24%) e o feijão-carioca (-25,37%), e Goiânia a maior alta (0,98%), impulsionada pela energia elétrica (14,84%) e pela gasolina, em média 5,03% mais cara.
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979 e refere-se às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, abrangendo dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, de Campo Grande e de Brasília.
Com informações de Estadão Conteúdo e Agência IBGE
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