Inflação dispara em junho após greve dos caminhoneiros
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com alta de 1,26% ante um avanço de 0,40% em maio, informou nesta sexta-feira, 6, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é a maior taxa para o mês desde 1995.
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,60%. Em 12 meses, o IPCA acumulou alta de 4,39%, dentro das projeções dos analistas, que iam de 4,14% a 4,50%, e abaixo da mediana de 4,41%. Os técnicos do IBGE concedem entrevista coletiva ainda pela manhã para comentar os resultados.
Veja mais detalhes dos dados do IPCA no site do IBGE e veja o comentário de Denise Campos de Toledo abaixo. O aumento era esperado no mês devido à greve dos caminhoneiros, que gerou uma crise de abastecimento que afetou especialmente os produtos agrícolas.
Alimentação e bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas acelerou de um avanço de 0,32% em maio para uma alta de 2,03% em junho, a maior taxa para o mês desde 2008, quando o aumento alcançou 2,11%.
O grupo Alimentação, que responde por 25% das despesas das famílias, passou de uma contribuição de 0,08 ponto porcentual para o IPCA de maio para um impacto de 0,50 ponto porcentual sobre a inflação de junho.
A alimentação consumida no domicílio subiu 3,09%, sob pressão da crise de desabastecimento provocada pela greve de caminhoneiros. Já a alimentação fora de casa aumentou 0,17%.
As famílias pagaram mais por batata-inglesa (17,16%), leite longa vida (15,63%), frango inteiro (8,02%) e carnes (4,60%).
Grupos
A greve dos caminhoneiros pressionou os gastos das famílias com alimentação e transportes em junho, segundo Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do IBGE. Os grupos Alimentação e bebidas (2,03%), Habitação (2,48%) e Transportes (1,58%), que respondem por cerca de 60% das despesas das famílias, foram os que mais influenciaram o (IPCA de junho, um impacto de 1,18 ponto porcentual, o equivalente a cerca de 93% da inflação do mês.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Vestuário apresentou deflação em junho, com queda de 0,16% nos preços. Os Artigos de residência subiram 0,34%; Saúde e cuidados pessoais, 0,37%; Despesas pessoais, 0,33%; e Educação, 0,02%. Os preços no grupo Comunicação ficaram estáveis.
Preços ao consumidor
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve um avanço de 1,43% em junho, após a alta de 0,43% registrada em maio.
Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 2,57% no ano. A taxa em 12 meses foi de 3,53%. Em junho do ano passado, o INPC tinha sido de -0,30%.
O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
Construção Civil
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi), subiu 0,58% em junho, após uma elevação de 0,55% em maio.
No ano, o índice acumulado ficou em 2,12%. A taxa em 12 meses foi de 4,07%.
Segundo o IBGE, o custo nacional da construção alcançou R$ 1 089,46 por metro quadrado em junho, acima dos R$ 1.083,13 por metro quadrado registrados em maio. A parcela dos materiais teve aumento de 0,56%, enquanto o custo da mão de obra aumentou 0,61%
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