Intenção de consumo das famílias sobe 1,9% em setembro e alcança o melhor patamar desde março

Indicador avança pelo quarto mês consecutivo em meio à imunização contra o novo coronavírus; alta da inflação dificulta a sustentabilidade da recuperação

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2021 16h03
LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas caminham na rua com sacos de compra nas mãos Índice da CNC alcança, em setembro, o terceiro mês consecutivo de alta na comparação anual

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,9% em setembro, o quarto mês seguido de resultado positivo, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 16, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado elevou o índice a 72,5 pontos, o melhor patamar desde março. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a ICF cresceu 7,2%, o terceiro mês seguido de alta na relação anual e a mais intensa no período. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o movimento foi puxado pelo avanço da imunização contra o novo coronavírus. Apesar do resultado positivo, a pressão gerada pela disparada da inflação pode dificultar a sustentabilidade da recuperação. “O cenário apresenta pontos vulneráveis, o que gera maior cautela das famílias. O aumento da inflação nos últimos meses reduziu o poder de compra dos consumidores, principalmente em itens duráveis, que obtiveram inflação acima do índice geral no último resultado”, afirma.

Na avaliação por faixa de renda, as famílias com ganhos acima de 10 salários mínimos revelaram nível de insatisfação de 90,1 pontos, com avanço mensal de 1,4% e anual de 16,9%. Para as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, o indicador atingiu 68,8 pontos. Das sete áreas que integram a pesquisa, seis tiveram resultados positivos na comparação mensal. A questão referente ao Emprego Atual mostrou que a maior parte dos entrevistados (37,2%) se sente tão segura com seu emprego quanto no ano passado, o maior percentual da série histórica e uma proporção maior do que no mês anterior (37,0%) e do que em setembro de 2020 (32,6%). As avaliações em relação à Renda Atual demonstraram que a maioria das famílias considerou seu nível de renda igual ao do ano passado, com percentual de 41% ante 41,5% no mês anterior, e 38,4% em setembro de 2020. Em relação ao Acesso ao Crédito, a proporção das famílias que acreditam que comprar a prazo está mais difícil reduziu para 42,6%, ante 43,4% no mês anterior, e 43,8% em setembro de 2020.

As famílias, em sua maioria, consideraram que, em setembro, o Nível de Consumo Atual foi menor do que no ano passado (55,7%), ante 57,4% no mês anterior e 61,9% em setembro de 2020. No Momento para Duráveis, a parcela de consumidores que acreditam ser um momento negativo para compras desse tipo de produto atingiu 75,7%, abaixo dos 76,5% observados no mês anterior e dos 76,4% em setembro de 2020. A maior parte das famílias (53,2%) demonstrou uma Perspectiva Profissional negativa em setembro deste ano, enquanto essa parcela foi de 55,1% no mês anterior e de 58,1%, em setembro de 2020. O item obteve variação positiva de 3,3% em setembro de 2021, o quarto crescimento consecutivo e o mais intenso do período. Referente à Perspectiva de Consumo, a maioria das famílias acredita que vai consumir menos nos próximos três meses: 50,2%. Este percentual ficou abaixo dos 52,7% no mês anterior e dos 58,6% observados em setembro de 2020.

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