IPCA para 2017 segue em de 2,78%, aponta Focus

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/01/2018 09h38
Reprodução Reprodução Analistas consultados pelo BC, portanto, reafirmaram a expectativa de que a inflação ficará abaixo do piso da meta, de 3%, em 2017

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o IPCA – o índice oficial de preços. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta terça-feira, 2, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 – que será conhecido nos próximos dias – seguiu em 2,78%. Há um mês, estava em 3,03%. Já a projeção para o índice de 2018 permaneceu em 3,96%, ante 4,02% de quatro semanas atrás.

Analistas consultados pelo BC, portanto, reafirmaram a expectativa de que a inflação ficará abaixo do piso da meta, de 3%, em 2017. O centro da meta para 2017 e 2018 é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%). Se a inflação ficar fora dessa margem de tolerância, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda com as explicações pelo descumprimento da meta.

No fim de dezembro, o Banco Central atualizou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) as projeções para o IPCA: 2,8% em 2017, 4,2% em 2018, 4,2% em 2019 e 4,1% em 2020. Estes cálculos do BC levam em conta câmbio e juros variáveis, conforme as projeções do Focus.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus subiu ligeiramente, de 2,77% para 2,78%. Portanto, estas casas também preveem que o BC não cumprirá a meta. Para 2018, a estimativa do Top 5 permaneceu em 3,72%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,09% e 4,00%, respectivamente.

Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses subiu de 3,86% para 3,90% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,96%

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro de 2017 seguiu em 0,28%. Um mês antes, estava em 0,42%. No caso de janeiro, a projeção permaneceu em 0,42%, ante 0,50% de quatro semanas antes. No RTI, o BC também atualizou suas projeções de inflação de curto prazo: +0,29% em dezembro, +0,53% em janeiro e +0,47% em fevereiro.

Preços administrados

O Relatório Focus voltou a indicar expectativa de aceleração dos preços administrados. A mediana das previsões do mercado financeiro para o aumento desse conjunto de preços em 2017 – que também será conhecido em breve – passou de 7,86% para 7,88%. Para 2018, a mediana avançou de 4,90% para 5,00%.

Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,85% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,88% em 2018. Vários desses preços subiram recentemente, como a gasolina e o gás de cozinha.

As projeções atuais do BC para os preços administrados indicam elevações de 8% em 2017, 4,9% em 2018, 4,3% em 2019 e 4,2% em 2020. Estes porcentuais foram atualizados no Relatório Trimestral de Inflação de dezembro.

Outros índices

Para os economistas do mercado financeiro, a mediana das projeções para a deflação registrada pelo IGP-DI em 2017 – que ainda será conhecido – recuou ligeiramente, de -0,47% para -0,41%. Há um mês, o mercado previa -1,08%. Essa foi a sétima semana seguida em que as estimativas de deflação foram amenizadas pelos analistas.

Para 2018, a projeção de alta do IGP-DI seguiu em 4,44%. Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.

Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, teve ligeira alta na previsão para 2018 e passou de 4,37% para 4,39% retornando ao patamar observado há quatro semanas. O IGP-M de 2017 foi divulgado na semana passada.

Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2018 caiu de 4,35% para 4,28%, ante 4,49% um mês antes.

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