Com pressão da gasolina, inflação sobe 0,71% em março, mas fica abaixo da expectativa do mercado

IPCA registrou desaceleração em relação ao mês de fevereiro, quando o indicador foi de 0,84%; preço do combustível foi influenciado pelo retorno da cobrança de impostos federais

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2023 09h46 - Atualizado em 11/04/2023 14h31
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Frentista coloca combustível em carro O maior impacto e variação do mês vieram no setor de Transportes, que registrou alta de 2,11%

O Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 0,71% em março. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 11. A taxa mostra uma desaceleração em relação ao mês de fevereiro, quando o indicador foi de 0,84%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulado é de 4,65%, abaixo dos 5,6% dos 12 meses anteriores. Em 2023, o indicador acumula alta de 2,09%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em março. Apenas Artigos de residência registraram baixa de 0,27%. O maior impacto e variação do mês vieram no setor de transportes, que registrou alta de 2,11%. Dentro dele, o destaque foi a gasolina, com um salto de 8,33%, o maior impacto individual: 0,39 ponto percentual. Outro subitem que registrou alta foi o etanol (3,2%). “Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados, principalmente, pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre esses combustíveis a partir de 1º de março”, explicou André Almeida, analista da pesquisa do IBGE. Por outro lado, o óleo diesel (-3,71%) e o gás veicular (-2,61%) tiveram baixa, assim como as passagens aéreas, que caíram 5,32% em março.

Outros grupos que registraram variações altas foram saúde e cuidados pessoais (0,82%) e habitação (0,57%). De acordo com o IBGE, o resultado do grupo saúde e cuidados pessoais  foi influenciado principalmente pela alta nos planos de saúde. Além disso, itens de higiene pessoal (0,72%) e artigos de maquiagem também tiveram alta. No grupo habitação, a maior contribuição percentual veio da energia elétrica residencial, que aumentou 2,23%. As cidades de Porto Alegre (9,79%), Belo Horizonte (4,43%), Curitiba (3,88%) e Vitória (2,86%) foram as que registraram maior aumento. Em alimentação e bebidas, houve queda nos preços da batata-inglesa (-12,80%), do óleo de soja (-4,01%), cebola (-7,23%), do tomate (-4,02%) e das carnes (-1,06%). No lado das altas, destacam-se a cenoura (28,58%) e o ovo de galinha (7,64%).

O IBGE ainda aponta que a  maior variação foi em Porto Alegre, com aumento de 1,25% nos custos, em função das altas da gasolina (10,63%) e da energia elétrica residencial (9,79%). Já a menor variação foi registrada em Fortaleza (0,35%), influenciada pelas quedas de 17,94% do tomate e de 2,91% do frango inteiro. No ano, a inflação acumula alta de 2,09%. Nos últimos 12 meses, é de 4,65%, menor do que os 5,60% registrados no período anterior. Em março de 2022, a variação havia sido de 1,62%. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 1º a 29 de março de 2023 com os preços vigentes no período de 28 de janeiro a 28 de fevereiro de 2023 .

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