Ipea reduz projeção de crescimento da economia brasileira para 0,8% em 2019
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019. A estimativa, agora, é de que a economia cresça apenas 0,8% até o fim do ano. Até o fim de março, o Ipea previa que o PIB do país poderia ter alta de 2%.
Com isso, o instituto se une a outras instituições que estão baixando suas expectativas para a economia brasileira neste ano. O Banco Central (BC), por exemplo, também já havia diminuído suas previsões para o PIB do ano para 0,8% – os analistas e especialistas de mercado consultados por eles também já apontavam nessa direção.
Segundo o Ipea, o primeiro trimestre foi muito ruim, com retração de 0,2%. O segundo trimestre também não deve ser muito animador e, no terceiro, pode ser que haja algum tipo de reação para que no quarto trimestre o cenário melhore um pouco.
Os números, no entanto, dependem da aprovação da reforma da Previdência. O próprio timing da tramitação será fundamental para o nível de crescimento da economia. De acordo com o diretor de pesquisas e estudos do Ipea, o economista José Ronaldo de Castro, se a reforma for aprovada rapidamente, já no começo do segundo semestre, existe potencial para a economia brasileira melhorar essa taxa de 0,8%.
No entanto, se a demora foi grande, além de a taxa não ser atingida, pode haver uma nova revisão para baixo, com a economia brasileira crescendo apenas algo em torno de 0,5% ou 0,6% neste ano. “Quanto mais rapidamente ocorrer essa reforma e essa sinalização de viabilidade do setor público brasileiro, mais rapidamente a gente vai conseguir reverter as expectativas e iniciar uma retomada mais intensa. Então se a aprovação já acontecer agora, no início do segundo semestre, a gente já consegue ter algum impacto ainda neste ano”, explica o economista.
Abono salarial
O Ipea fez ainda um alerta com relação ao abono salarial no âmbito da reforma da Previdência. O instituto prevê uma redução na economia de recursos, ao longo de dez anos, da ordem de quase R$ 75 bilhões de reais. A área econômica do governo queria restringir o acesso ao abono para quem ganha até um salário mínimo por mês. Hoje, tem direito quem ganha até dois salários.
Apesar disso, o que vem sendo tratado na proposta é que pessoas que recebem até R$ 1.364 poderão ter acesso ao benefício.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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