Juro no crédito livre sobe a 41,1% em janeiro; cheque especial sobe a 324,7%

  • Por Estadão Conteúdo
  • 27/02/2018 11h16
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Fotos Públicas Entidades de defesa do consumidor se dizem preocupadas com as mudanças no cadastro positivo, mas o comércio comemora. Na semana passada, o texto-base do projeto que muda as regras foi aprovado pela Câmara. O cadastro positivo é um banco de dados que existe desde 2011 e relaciona os clientes que são considerados bons pagadores. Até então, o consumidor precisava pedir pra ter o nome incluído, mas agora, todos que estiverem com as contas em dia entram na lista automaticamente. Quem não quiser, terá que entrar em contato com as instituições financeiras e solicitar a exclusão. Segundo Paulo Miguel, diretor-executivo da Fundação Procon de São Paulo, não há garantias de que os dados do consumidor estarão protegidos. O deputado Walter Ioshi, que foi o relator do projeto na Câmara, rebate e garante que não haverá violações. A aprovação do novo cadastro positivo agradou as empresas de crédito e os varejistas. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, diz que é uma vitória do consumidor que mantém as contas em dia. Apesar da aprovação, os destaques do texto ainda serão apreciados pelo plenário da Câmara nesta semana. Depois, o texto segue para uma nova análise do Senado, de onde veio a matéria original. A média diária de concessões de crédito livre caiu 19,4% em janeiro ante dezembro, para R$ 11,7 bilhões, informou o Banco Central
A taxa média de juros no crédito livre subiu de 40,3% ao ano em dezembro para 41,1% ao ano em janeiro, informou nesta terça-feira, 27, o Banco Central (BC). Em janeiro de 2017, essa taxa estava em 52,8% ao ano.

Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre subiu de 55,1% para 55,8% ao ano de dezembro para janeiro, enquanto para pessoa jurídica aumentou de 21,6% para 22,3% ao ano.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa subiu de 323,0% ao ano para 324,7% ao ano de dezembro para janeiro. No crédito pessoal, a taxa caiu de 44,3% para 46,1% ao ano. Para veículos, os juros subiram de 22,2% para 22,7% ao ano, de dezembro para janeiro.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 25,6% ao ano em dezembro para 26,3% ao ano em janeiro. Em janeiro de 2017, estava em 32,9%.

ICC

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) permaneceu estável em janeiro ante dezembro, em 15,6% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Média diária

A média diária de concessões de crédito livre caiu 19,4% em janeiro ante dezembro, para R$ 11,7 bilhões, informou o Banco Central. Houve avanço, no entanto, de 6,8% em 12 meses até janeiro.

No crédito direcionado, a média de concessões caiu 48,5% em janeiro ante dezembro, para R$ 0,8 bilhão. Em 12 meses até janeiro, há baixa de 5,8%.

Quando se soma o crédito livre e o direcionado, a queda das concessões médias foi de 22,3% em janeiro, para R$ 12,5 bilhões. No acumulado de 12 meses, há uma alta de 5,5%.

Spread médio

O spread bancário médio no crédito livre subiu de 31,8 pontos porcentuais em dezembro para 32,9 pontos porcentuais em janeiro, informou o Banco Central. Um ano antes, o indicador estava em 41,7 pontos. O spread é a diferença entre a taxa de captação paga pelo banco e o juro efetivamente cobrado dos clientes que tomam o crédito.

O spread médio da pessoa física no crédito livre subiu de 46,2 pontos para 47,2 pontos porcentuais no período.

Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 13,7 pontos para 14,7 pontos porcentuais.

O spread médio do crédito direcionado passou também subiu e de 4,3 pontos em dezembro para 4,8 pontos porcentuais em janeiro.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) avançou de 18,9 pontos para 19,8 pontos porcentuais no período.

Inadimplência

A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 4,9% em dezembro para 5,0% em janeiro, informou o Banco Central. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 5,7%.

Para pessoa física, a taxa de inadimplência ficou estável em 5,2% no mês passado. Para as empresas, a taxa passou de 4,5% para 4,8%.

A inadimplência do crédito direcionado passou de 1,5% em dezembro para 1,7% em janeiro.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência foi de 3,2% para 3,4%.

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