Juros avançam em linha com dólar em meio à espera por Previdência e pesquisas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/01/2018 10h12
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Fotos Públicas Entidades de defesa do consumidor se dizem preocupadas com as mudanças no cadastro positivo, mas o comércio comemora. Na semana passada, o texto-base do projeto que muda as regras foi aprovado pela Câmara. O cadastro positivo é um banco de dados que existe desde 2011 e relaciona os clientes que são considerados bons pagadores. Até então, o consumidor precisava pedir pra ter o nome incluído, mas agora, todos que estiverem com as contas em dia entram na lista automaticamente. Quem não quiser, terá que entrar em contato com as instituições financeiras e solicitar a exclusão. Segundo Paulo Miguel, diretor-executivo da Fundação Procon de São Paulo, não há garantias de que os dados do consumidor estarão protegidos. O deputado Walter Ioshi, que foi o relator do projeto na Câmara, rebate e garante que não haverá violações. A aprovação do novo cadastro positivo agradou as empresas de crédito e os varejistas. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, diz que é uma vitória do consumidor que mantém as contas em dia. Apesar da aprovação, os destaques do texto ainda serão apreciados pelo plenário da Câmara nesta semana. Depois, o texto segue para uma nova análise do Senado, de onde veio a matéria original. Às 9h54, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 exibia 6,795%, de 6,780% no ajuste de sexta-feira

Os juros futuros avançam nesta segunda-feira, 29, após terem recuado na sexta-feira, puxados pela valorização do dólar ante o real no período da manhã. A moeda americana é impulsionada pelo viés positivo do exterior e também após acumular perdas de 5,34% em janeiro.

Segundo um operador, o investidor local volta a olhar com mais atenção à reforma da Previdência em meio a expectativas sobre as próximas pesquisas eleitorais para a Presidência da República. Contudo, operadores de renda fixa avaliam que a tendência é de queda das taxas, especialmente após a condenação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância.

Lá fora, o destaque nesta segunda é a nova alta dos juros do Treasury dos Estados Unidos de 10 anos, que rompe 2,70% pela primeira vez desde abril de 2014. Já o dólar se fortalece ante moedas principais e emergentes e ligadas a commodities após registrar perdas na semana passada. Investidores seguem atentos à questão imigratória norte-americana e a uma eventual nova paralisação do governo de Donald Trump, caso não haja um acordo entre republicanos e democratas até 8 de fevereiro.

Além disso, estão à espera da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira, que marcará a despedida de Janet Yellen da presidência da instituição. Está no foco nesta segunda o índice PCE, que fornecerá pistas sobre o fôlego da inflação no país. A semana traz ainda os dados do emprego (payroll), na sexta-feira.

Às 9h54, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 exibia 6,795%, de 6,780% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2020 marcava 7,97%, de 7,93% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 estava em 8,79%, de 8,74%. Já o DI para janeiro de 2023 marcava 9,53%, na máxima, de 9,47% no ajuste de sexta-feira. No câmbio, o dólar à vista subia 0,86%, aos R$ 3,1656. O dólar futuro de fevereiro ganhava 0,40%, aos R$ 3,1670.

Na pesquisa Focus, divulgada mais cedo pelo Banco Central, economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2018 e 2019 em 3,95% e 4,25%, respectivamente. Também foram mantidas as projeções para Selic no fim de 2018, em 6,75%, e em 8,00% para 2019. A Selic está atualmente em 7,00% ao ano. No caso da PIB, as estimativas para este ano passaram de 2,70% para 2,66%. Para 2019, o mercado elevou a previsão de alta do PIB de 2,99% para 3,00%.

Mais cedo, foi revelado que confiança da indústria, medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou em 99,4 pontos em janeiro, estável em relação a dezembro, quando havia alcançado o maior nível desde janeiro de 2014 (99,6 pontos). Na métrica de médias móveis trimestrais, a confiança manteve a tendência de alta, ao avançar 1,2 ponto, para 98,8 pontos.

O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,52% na terceira quadrissemana de janeiro, acelerando levemente em relação ao aumento de 0,49% verificado na segunda quadrissemana do mês.

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