‘Mais importante que o número, é a qualidade do PIB’, diz auxiliar de Guedes após queda de 0,1%

Adolfo Sachsida afirma que o governo foca no crescimento sustentável de longo prazo baseado em investimentos privados

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2021 10h48
Marcello Casal Jr./Agência Brasil Homem sentado em uma mesa Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida

O responsável pela secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, minimizou nesta quarta-feira, 1º, a queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. Segundo o auxiliar do ministro Paulo Guedes, a equipe econômica trabalha para a retomada das atividades com base no investimento privado. “Mais importante que o número, é a qualidade do PIB. O Brasil cansou de voo de galinha. A nossa política econômica tem focado no crescimento econômico de longo prazo”, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã. O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) interrompe a sequência de três avanços seguidos do desempenho econômico na comparação com o trimestre anterior. O setor de serviços — o mais impactado pelas medidas de isolamento social, registrou alta de 0,7%. O agronegócio recuou 2,8% na comparação com o trimestre anterior, enquanto a atividade da indústria teve queda de 0,2%.”Ocorreu um problema climático no país, isso prejudicou o agronegócio. Estamos com problemas nas cadeias globais de produção, e isso prejudicou a produção de automóveis, o que refletiu no resultado negativo da indústria”, disse.

O auxiliar de Guedes afirmou que a recuperação das atividades será impulsionada pelos investimentos com consolidação fiscal e as reformas encaminhadas pelo Ministério da Economia. “Está acontecendo uma verdadeira revolução nos fundamentos dos investimentos. A taxa, hoje, se igualou ao que era em 2014, ou seja, estamos recuperando terreno. O investimento vai para onde é mais eficiente, e não para onde o governo determina. Isso é crescimento sustentável de longo prazo”, afirmou ao citar a agenda de privatizações e os recentes marcos legais do saneamento básico e do gás. “A consolidação fiscal não é uma questão ideológica. É graças a ela que você ancora as trajetórias de inflação, diminui o risco país, a taxa de juros futura, e com isso se cria uma base com mais investimentos e empregos.”

O resultado no segundo trimestre após alta de 1,2% entre janeiro e março veio abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, que estimavam avanço de 0,2%. O PIB é um dos principais termômetros do desempenho econômico do país. O mercado financeiro diminuiu as expectativas de recuperação das atividades em 2021 após o tombo de 4,1% em 2020. Dados do Boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com mais de uma centena de instituições, mostram que a expectativa para o PIB deste ano recuaram para 5,22%, ante previsão de 5,27% na edição passada. O mercado chegou a prever alta de 5,3%, mas o otimismo foi reduzido pelos impactos da inflação mais persistente do que o projetado e os efeitos da pior crise hídrica em 91 anos.

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