Mais pobres recebem 3% dos recursos totais da Previdência; mais ricos, 41%

  • Por Jovem Pan
  • 06/12/2018 15h38 - Atualizado em 06/12/2018 15h39
Arquivo/Agência Brasil Moedas espalhadas em cima de uma superfície de cor clara Gastos com regime previdenciário deve chegar a R$ 592 bilhões este ano

A cada R$ 100 pagos pela Previdência, R$ 3 são divididos entre 20% da população que é a mais pobre do País. Já faixa de 20% dos brasileiros mais ricos é beneficiada com a maior parte dos recursos de aposentadoria e pensão – 41%.

Essa é uma estimativa feita pelo Ministério da Fazenda para alertar que a reforma previdenciária teria impacto significativo na redução da desigualdade social no Brasil, além de ser “imprescindível” para que haja um equilíbrio fiscal de longo prazo.

“Uma crítica corriqueira aos programas de ajuste fiscal são de que eles afetariam os mais pobres e elevariam a desigualdade. Contudo, isso não ocorre. As reformas propostas pelo governo federal melhoram a distribuição de renda”, aponta o relatório.

Números

De acordo com o estudo do ministério, os 20% mais ricos recebem 40,6% dos gastos públicos com a Previdência, enquanto os mais pobres ficam com 3,3%. Neste ano, os gastos com o regime previdenciário geral devem chegar a R$ 591,45 bilhões.

Na divisão dos recursos gastos com pessoal – que devem chegar a R$ 300 bilhões ao fim deste ano -, a concentração na faixa mais privilegiada é ainda maior. Segundo as estimativas da Fazenda, 79,3% das despesas ficam com os 20% mais ricos.

“Como é sabido, os salários no setor público são muito superiores aos pagos no setor privado. A maior contenção dessa remuneração e a diminuição dos postos de trabalho no setor público teriam efeito significativo no sentido de redistribuir renda.”

Reforma

Para defender a reforma que propõe, o governo argumenta que, nas regras em vigor, os mais ricos se aposentam precocemente, por tempo de contribuição e sem idade mínima. Com isso, eles ficam inativos por mais temos, com benefícios maiores.

“Reformar com foco na redução de privilégios, é uma medida de redução da desigualdade”, afirma a Fazenda. O presidente eleito Jair Bolsonaro indicou que a idade mínima deve ser o primeiro ponto de discussão no Congresso, já no primeiro semestre.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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