Mudança de rating para melhor será “questão de tempo”, diz Meirelles

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/01/2018 18h17
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EFE/Fernando Bizerra Jr. EFE/Fernando Bizerra Jr. Meirelles listou uma série de projetos que influenciam a área fiscal que já foram aprovados ou estarão em andamento

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a destacar nesta sexta-feira,12 , em entrevista coletiva, que a agência Standard & Poor’s (S&P), apesar de ter cortado o rating do País, melhorou a perspectiva da nota brasileira, de negativa para estável. “Significa que existe previsão de estabilidade por um período”, afirmou Meirelles.

Meirelles afirmou ainda que a mudança no rating brasileiro, para melhor, será uma “questão de tempo”. “Estamos confiantes e seguros de que a reforma será aprovada. Como outras medidas já foram”, acrescentou. “Estamos no caminho certo. Isso está claro. É importante.”

Ele citou ainda pontos abordados pela agência ao tratar da redução da nota do País, como a continuação do crescimento econômico, da inflação sob controle e a aprovação da reforma da Previdência, qualificada por Meirelles como “fundamental”, e de outros projetos de ajuste fiscal. “Continuamos afirmando que, em nossa avaliação, serão aprovados”, disse. “Já manifestamos isso aqui e no exterior.”

Meirelles listou uma série de projetos que influenciam a área fiscal que já foram aprovados ou estarão em andamento. Entre eles, o ministro lembrou do projeto de reorientação da folha, da mudança da tributação dos fundos de pagamento, da reorientação da folha “já este ano” e do adiamento do aumento dos funcionários públicos, “que está sendo julgado no judiciário”. “Tudo isso, nos parece que será favorável”, afirmou.

O ministrou lembrou ainda que o Congresso Nacional aprovou o teto de gastos, considerado fundamental para o País. Ele lembrou ainda da aprovação da reforma trabalhista, da lei de governança das estatais, da Taxa de Longo Prazo (TLP), do cadastro positivo (ainda em tramitação) e da duplicata eletrônica. “Existe histórico de aprovação (no Congresso) de questões relevantes para o País. (Isso) deve continuar ocorrendo”, afirmou.

Meirelles disse ainda que o governo vai continuar trabalhando e seguindo na direção atual. “O País está crescendo. Nossa previsão de crescimento para 2018 é de 3,0%”, disse o ministro. “A agência normalmente vai de forma um pouco mais conservadora, o que é normal. Isso aconteceu também em 2017”, acrescentou, em referência à S&P. “O Brasil está em processo de recuperação de forma sólida”, disse, citando a perspectiva de criação de 2 milhões de empregos este ano.

Na noite de quinta, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou o rating do Brasil de BB para BB-. Já a perspectiva da nota do País foi de negativa para estável. Em sua decisão, a S&P citou o atraso nas reformas e a incerteza política.

Questão política

O ministro da Fazenda disse que o rebaixamento da nota de crédito brasileira pela S&P não deve ser transformado em uma “grande questão política”.

Segundo ele, essa é uma decisão técnica. “Não devemos transformar esse evento de uma mudança técnica em uma grande questão política para o Brasil. O importante é fazermos agora as reformas que o Brasil precisa”, afirmou. “Isso é uma questão pontual, não é um grande evento político no país.”

Candidatura

Em um momento em que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se articula para disputar a Presidência da República, o ministro da Fazenda avaliou que “quanto mais candidatos, melhor”. A declaração foi dada ao ser questionado sobre a candidatura de Maia, que pode atrapalhar os planos do próprio Meirelles de concorrer com o apoio do governo.

“É absolutamente legítimo, normal e saudável que líderes relevantes do país possam considerar a possibilidade de postular à presidência da República. É uma parte importante da democracia e, quanto mais postulantes e candidatos, melhor para que a população tenha condições de escolher”, afirmou o ministro.

Meirelles voltou a dizer que não tem pensado na candidatura à presidência, e que decidirá sobre o assunto em abril. “Sou ministro da Fazenda em período integral, continuo sendo”, afirmou, dizendo que vários fatores podem pesar nessa decisão, entre os quais sua disposição pessoal.

Ele foi criticado por parlamentares por se movimentar para concorrer à Presidência enquanto atua como ministro da Fazenda.

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