Em novo dia de alta, dólar fecha em R$ 5,52

Nesta manhã, a moeda chegou a operar em R$ 5,61 no mercado à vista

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2020 18h19
Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo Mão segura notas de dólar Brasil e os Estados Unidos firmaram acordo e prometeram reduzir barreiras não tarifárias no comércio bilateral

O dólar à vista fechou perto das mínimas desta segunda-feira (4), em alta de 1,51%, a R$ 5,5208. No mercado futuro, o dólar para o mês de junho subia 0,91%, a R$ 5,5455 às 17h40.

Apesar da melhora à tarde, o real teve, nesta segunda, o pior desempenho ante o dólar em uma cesta de 34 moedas. No exterior, a divisa dos Estados Unidos subiu ante divisas fortes e operou mista nos emergentes. Caiu 1,60% no México e 0,78% Rússia, e subiu 0,53% na Turquia e 0,81% na Hungria.

Pela manhã, o dólar chegou a bater em R$ 5,61 no mercado à vista e a encostar em R$ 5,63 no mercado futuro, em meio ao aumento da tensão geopolítica entre Estados Unidos e China, que provocou um dia de nervosismo no mercado financeiro internacional.

No mercado doméstico, pesou ainda a piora do clima político em Brasília, com o presidente Jair Bolsonaro voltando a participar ontem de manifestações contrárias ao Legislativo e Judiciário e a cautela do que pode sair do depoimento de mais de oito horas do ex-ministro Sergio Moro na Polícia Federal neste sábado.

“O conflito comercial EUA/China está sendo reavivado”, afirma o responsável pela mesa de moedas do Commerzbank, Ulrich Leuchtmann. No final de semana, Donald Trump voltou a culpar a China pela pandemia de coronavírus e ameaçou não baixar tarifas sobre produtos do país asiático. Para Leuchtmann, a piora da relação entre as duas maiores economias do mundo tende a manter o dólar fortalecido internacionalmente, prejudicando os emergentes.

No mercado doméstico, o cenário político voltou a pesar. Na avaliação do sócio e estrategista da TAG Investimentos Dan Kawa, Bolsonaro continua adotando uma postura de enfrentamento perante os demais poderes. Em meio a uma pandemia e com uma das crises mais agudas da história, a falta de união entre os poderes no Brasil é vista como negativa pelos mercados. “O Brasil já apresenta problemas e dificuldades demais para ter ainda que lidar com obstáculos políticos.”

O banco americano JPMorgan ressalta que, na semana passada, houve até uma redução da tensão, mas o risco político segue alto no País. Com isso, crescem as preocupações com o que pode acontecer com a atividade econômica.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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