Para reunião de outubro, Copom sugere redução moderada na magnitude de corte

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/09/2017 09h17
Prédio do Banco Central em Brasília. 09/12/2015. REUTERS/Ueslei Marcelino REUTERS/Ueslei Marcelino O documento cita ainda que os membros do Comitê concordaram que "há benefícios em promover encerramento gradual de ciclos monetários".

O Banco Central (BC) voltou a indicar que “uma redução moderada na magnitude de flexibilização” da política monetária “parece adequada” na próxima reunião do Comitê de Política Monetária em outubro. A avaliação consta da ata divulgada nesta terça-feira (12), pela autoridade monetária. O documento cita ainda que os membros do Comitê concordaram que “há benefícios em promover encerramento gradual de ciclos monetários”.

O parágrafo 23 do documento divulgado nesta manhã cita que os diretores do BC “avaliaram a conveniência de uma sinalização sobre as possíveis magnitudes de flexibilização na próxima reunião”. Nesse debate, prevaleceu o entendimento de que é necessário “manter flexibilidade para a política monetária reagir a contento em caso de mudanças no cenário básico e no balanço de riscos”.

Mesmo com essa ponderação, os membros do colegiado concordaram em “sinalizar de forma condicional que, caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico do Copom, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, uma redução moderada na magnitude de flexibilização na próxima reunião parece adequada sob a perspectiva atual”. A próxima reunião do grupo ocorre nos dias 24 e 25 de outubro.

No parágrafo seguinte, o documento detalha o debate no colegiado sobre “a conveniência de uma sinalização sobre os possíveis passos seguintes à próxima reunião”. Ou seja, nos encontros seguintes ao mês de outubro.

O documento destaca que houve especial debate sobre “custos e benefícios de um encerramento gradual do ciclo”. “De forma geral, os membros do comitê concordaram que, tudo o mais constante, há benefícios em se promover encerramento gradual de ciclos monetários”, cita o documento. Para o BC, o processo gradual de encerramento do ciclo “facilita a comunicação e permite o acúmulo de mais evidências sobre o comportamento da economia à época de encerramento do ciclo”.

Apesar dessa defesa, os diretores do BC notaram que “em alguns casos excepcionais a necessidade de antecipação tempestiva do ciclo pode trazer benefícios maiores que os de um encerramento gradual”. Mesmo com essa ponderação, o texto reafirma a opção pelo movimento gradual no fim do ciclo. “Avaliando as circunstâncias atuais, o Copom julgou conveniente sinalizar que, caso o cenário básico evolua conforme esperado no momento, o Comitê antevê encerramento gradual do atual ciclo de flexibilização monetária”, cita o documento.

Reformas

O BC voltou a defender a agenda executada pela equipe econômica de reformas e ajustes da economia brasileira. Na ata do Copom, os diretores da autoridade monetária não enfatizam apenas as reformas estruturais com efeito fiscal, mas também outras iniciativas como as privatizações.

No parágrafo 26 do documento, os diretores do BC notaram que a aprovação e implantação das reformas “notadamente as de natureza fiscal” são fundamentais para a “sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável”. Além disso, essas mudanças em curso permitirão o “funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia”, cita o documento.

No parágrafo 27, o comitê destaca ainda “a importância de outras iniciativas (como os recentes anúncios de privatização e concessões) e investimentos em infraestrutura”. Os diretores do BC notam que essas ações resultarão em aumento da produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios. “Esses esforços são fundamentais para a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira”, cita o documento.

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