Pequenas indústrias encerram 2021 com índice de desempenho acima da média histórica

Segmento atingiu 47,7 pontos, em desaceleração mais branda que em outros anos; dificuldade para acessar crédito e falta ou alto custo de matéria-prima seguem prejudicando as micro e pequenas empresas

  • Por Jovem Pan
  • 31/01/2022 11h34 - Atualizado em 31/01/2022 11h39
José Paulo Lacerda/CNI Resiliência da economia brasileira, a despeito do agravamento da pandemia, já havia sido apontada por indicativos de atividades nos últimos meses Resiliência da economia brasileira, a despeito do agravamento da pandemia, já havia sido apontada por indicativos de atividades nos últimos meses

As pequenas indústrias brasileiras encerraram o ano de 2021 com um índice de desempenho com uma desaceleração mais branda, tendo ficado em 47,7 pontos, acima da média histórica de 43,4 pontos. O resultado do quarto trimestre de 2021 é positivo quando comparado com o mesmo período de anos anteriores. A informação é da pesquisa Panorama da Pequena Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que elenca quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança, todos podendo variar de 0 a 100 pontos. Quanto maior o índice, melhor a performance do setor. Em 2020, o segmento registrou, no quarto trimestre, excepcionalmente 49,4 pontos, devido a recuperação econômica na retomada após o início da pandemia da Covid-19. O indicador varia de 0 a 100 pontos e quanto maior, melhor a performance do setor. Apesar do bom desempenho, o Índice de Situação Financeira registrou 42 pontos e marca uma queda de 1,1 ponto, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o índice permanece acima da média histórica de 37,7 pontos.

A composição dos índices da pesquisa leva em consideração itens como volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional e situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações. Além disso, o Panorama da Pequena Indústria também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas micro e equenas empresas (MPEs) da Indústria em cada trimestre. A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Todos os meses, as pesquisas ouvem mais de 900 empresários de empresas de pequeno porte.

“Independentemente do segmento industrial, seja extrativa, de transformação ou de construção, no quarto trimestre de 2021, o pequeno empresário relatou estar com mais dificuldade que o normal para acessar crédito”, destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. “Normalmente, é esperado uma queda na transição do terceiro para o quarto trimestre. Nos últimos dois anos, essa desaceleração foi mais suave, o que é uma boa notícia, pois significa que mantiveram suas atividades de produção em ritmo”, explicou.

De acordo com a pesquisa, a falta ou o alto custo da matéria-prima e a elevada carga tributária foram os principais problemas enfrentados pelas pequenas indústrias no quarto trimestre de 2021, tendo o primeiro ponto se destacado no topo do ranking de principais problemas enfrentados nos setores extrativo, de transformação e de construção. Entretanto, houve redução no período nas assinalações dos três setores na comparação com o trimestre anterior, sobretudo na Indústria da Construção, que teve queda de 11,2 pontos percentuais.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as pequenas indústrias alcançou 55,9 pontos em janeiro de 2022. Houve uma queda de 1,8 ponto na comparação com dezembro de 2021. O resultado representa uma reversão do avanço da confiança que havia sido registrada na passagem de novembro para dezembro de 2021. Apesar da queda, o ICEI para a pequena indústria permaneceu acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança. O indicador também está acima da média histórica de 52,8 pontos, apontando que o empresário segue otimista, mas com menos confiança que em dezembro. Já o Índice de Perspectivas da pequena indústria começou o ano de maneira favorável, aumentndo de 50,2 pontos, em dezembro de 2021, para 50,9 pontos, em janeiro de 2022. O resultado também está acima da média histórica, de 46,4 pontos.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.