Efeito coronavírus: PIB brasileiro sofre maior queda em 20 anos

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2020 11h38
Ananda Migliano/Estadão Conteúdo Pessoas com máscara Pessoas usam máscara para se proteger do contágio pelo novo coronavírus no Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 5,3% em março ante fevereiro, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Esta é a maior queda observada desde a criação do estudo, em 2000. O motivo da redução é a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Na comparação com março de 2019, a economia teve redução de 1,1% em março de 2020. Por sua vez, o primeiro trimestre mostrou encolhimento de 1,2% em relação ao quarto trimestre de 2019.

“A retração da economia de 1,2% no primeiro trimestre do ano expõe os enormes desafios que serão enfrentados no âmbito econômico no decorrer de 2020. As medidas de isolamento social só vigoraram por cerca de 1/6 desse trimestre (quinze dias de março) e já foram suficientes para que a economia apresentasse essa significativa queda”, avaliou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, em nota oficial.

“A queda de 5,3% registrada em março, em comparação a fevereiro, é a maior observada na série histórica do Monitor do PIB iniciada em 2000 e, ao que tudo indica, esse recorde de queda, muito provavelmente atingirá patamares mais negativos nos próximos meses”, acrescentou.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

“É inegável que o ano de 2020 será marcado pela forte desaceleração econômica em decorrência da pandemia de Covid-19; passamos do lento ritmo de crescimento observado nos três últimos anos à acelerada retração, que está apenas no início”, completou Considera.

A queda recorde de 5,3% no PIB de março ante o mês anterior ocorreu após modestos avanços em janeiro (+0,5%) e fevereiro (+0,2%), que “já eram bem decepcionantes”, segundo o relatório da FGV.

No primeiro trimestre, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,2% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) caiu 0,2% no período, apesar da alta no componente construção. A exportação de bens e serviços teve queda de 3,8% no primeiro trimestre, enquanto as importações avançaram 5,3%.

Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 1,858 trilhão no primeiro trimestre de 2020 em valores correntes. A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2020 foi de 14,2%, a mais baixa da série histórica iniciada em 2000.

A FGV calcula que o hiato do produto – diferença entre o produto efetivo (PIB) e o produto potencial – ficou em 4,7% no primeiro trimestre deste ano.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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