Prestação de serviços cresce 11% em 2021 e supera perdas de 2020

Setor bate recorde na série histórica iniciada há dez anos; em dezembro, atividade registrou alta de 1,4%

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2022 11h28
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SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Setor de serviços, que inclui bares, restaurantes e hotéis, foi o mais prejudicado pela reedição das medidas de isolamento social no fim de fevereiro Setor de serviços, que inclui bares, restaurantes e hotéis, é maior responsável pelo mercado de trabalho brasileiro

A prestação de serviços teve alta de 10,9% em 2021 — o maior registro desde o início da série histórica, há dez anos —, e superou as perdas de 2020, quando registrou queda de 7,8%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 10. Em dezembro, o setor, o mais importante para a economia doméstica e que abriga a maior parte do mercado de trabalho, cresceu 1,4%, o segundo mês seguido de resultado positivo. O desempenho faz a atividade ampliar para 6,6% o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e alcançar seu maior o patamar desde agosto de 2015. “Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função da necessidade de isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial. Por outro lado, a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial”, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Os dados do IBGE mostraram que todas as cinco categorias pesquisadas fecharam o ano em alta. “É a segunda vez na série que todas as atividades crescem simultaneamente. Dos dez anos da série, o setor fechou positivo em cinco, e, desses cinco, apenas em 2012 e 2021 houve crescimento em todas as atividades”, afirma o pesquisador. As atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Com o aumento, as duas atividades superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, registradas em 2020. Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); serviços prestados às famílias (18,2%); e outros serviços (5,0%). No caso de serviços profissionais, administrativos e complementares e serviços prestados às famílias, o crescimento de 2021 não foi suficiente para compensar as perdas de 2020. Já a atividade de outros serviços vem registrando aumento desde 2018, tendo crescido 6,8% em 2020.

O agregado especial de atividades turísticas cresceu 21,1% em 2021, impulsionado pelos ramos de transporte aéreo; hotéis; restaurantes; rodoviário coletivo de passageiros; e locação de automóveis. Já em dezembro de 2021, o índice de atividades turísticas cresceu 3,5% frente ao mês anterior, sétima taxa positiva nos últimos oito meses, período em que acumulou ganho de 66,7%. Contudo, o segmento de turismo ainda se encontra 11,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. “O índice de atividades turísticas tem um perfil muito semelhante ao perfil dos serviços prestados às famílias, pois muitas das atividades que compõem o indicador vêm desse segmento”, diz Lobo.

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