Privatização do Banco do Brasil e da Petrobras está na fila, diz Guedes

Ministro da Economia reconhece que ritmo de desestatização está abaixo do ideal e justifica demora pelos entraves políticos

  • Por Jovem Pan
  • 27/09/2021 14h09 - Atualizado em 27/09/2021 19h47
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Edu Andrade/Ascom/ME Homem calvo de cabelo grisalho e óculos com armação fina fala em microfone diante da bandeira do Brasil Ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a entrada do Brasil na OCDE

Ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou nesta segunda-feira, 27, que a venda do Banco do Brasil e da Petrobras está “na fila”, e que o valor da privatização das estatais deve ser usado para o fortalecimento de programas sociais. A previsão da equipe econômica é se desfazer das empresas até 2031. “Qual o plano para os próximos dez anos? Continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendida e isso sendo transformado em dividendos sociais.” Segundo o ministro, a velocidade da agenda de privatização está mais devagar do que o desejado pelo governo, mas a demora é resultado de entraves políticos. “Não andamos no ritmo que gostaríamos, mas privatizamos R$ 240 bilhões em dois anos e meio. Não foram as grandes empresas. As grandes vêm agora”, afirmou. “Eu gostaria de privatizar todas as estatais. Quem dá o timming é a política, o economista não é o cara que tem voto. Eu chego aqui cheio de ideias, planos e sonhos, mas é política que comanda o processo. Ela pode travar, desacelerar, interromper”, afirmou Guedes em participação em um evento promovido pela Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês).

O ministro disse ainda que a privatização faz parte do plano de crescimento do país na próxima década. Ao comentar as críticas recebidas, Guedes afirmou que as vendas de estatais no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “foram no limite de irresponsabilidade”, mas que está buscando não responder aos comentários negativos. “Nós descredenciamos a democracia brasileira quando faltamos com a verdade, quando somos intelectualmente desonestos e não reconhecemos coisas boas que estão sendo feitas. Precisamos todos de mais respeito uns pelos outros. Tenho tentado praticar isso, não responder. Estou fazendo quase um desabafo aqui, não queria que isso fosse tomado como uma ofensa”, disse o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ministro afirmou que as críticas partem de quem não compreende princípios de equilíbrio geral da economia. “Estou tentando melhorar como pessoa, tentando corrigir. Tenho vontade, às vezes, sou ser humano, tenho vontade às vezes de criticar, de devolver tudo, mas estou relevando”, afirmou.

Guedes também disse que o desenvolvimento da economia passa pela agenda de reformas, mas que os esforços exigidos pelo combate à pandemia do novo coronavírus tiraram praticamente um ano e meio do governo federal. Segundo ele, a reforma da Previdência “não foi a ideal” e deveria ser alterada para um regime de capitalização. O ministro da Economia afirmou que a reforma administrativa aprovada pela Câmara “não é a mais potente possível, mas é o que foi politicamente [possível]”. “Eu entreguei essa reforma em 2019, no Executivo. Ela chegou ao Congresso em meados de 2020, e só agora vai ser avaliada. Mas, desde o primeiro ano, o plano era muito claro, era o controle de despesas”, afirmou Guedes. O chefe da equipe econômica ainda disse que o Brasil vai gastar US$ 2,5 bilhões nos próximos anos para fortalecer os empreendimentos ecologicamente sustentáveis e mudar a imagem do país no cenário internacional. “O Brasil é a maior potência verde do mundo, é a matriz energética mais limpa. É claro que a gente queima floresta, que há desmatamento ilegal, tudo isso é verdade. Só que isso aconteceu em muito mais intensidade em outros países em épocas passadas”, afirmou.

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