Após quatro altas seguidas, dólar fecha em queda e segue nível de R$ 5,00

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2020 18h22
  • BlueSky
BRUNO ROCHA / FOTOARENA / ESTADÃO CONTEÚDO Dólar cai ante o real após BC anunciar nova alta dos juros e elevar a Selic para 4,25% ao ano Dólar cai ante o real após BC anunciar nova alta dos juros e elevar a Selic para 4,25% ao ano

Medidas emergenciais de governos em várias partes do mundo para tentar conter os efeitos do coronavírus na atividade econômica conseguiram melhorar o humor dos investidores e o mercado de câmbio do Brasil acompanhou este movimento.

Após quatro altas seguidas, o dólar fechou em baixa nesta terça-feira (17), mas ainda se manteve no nível R$ 5,00 pelo segundo dia seguido. O Banco Central voltou a atuar no mercado e ofereceu US$ 2 bilhões em leilões de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra), o que também ajudou a retirar pressão no câmbio.

O dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,86%, cotado em R$ 5,0087.

Estados Unidos, Reino Unido e Espanha estão entre os países que anunciaram medidas extraordinárias nesta terça. O Brasil havia anunciado na noite desta segunda.

Nos EUA, além de medidas fiscais formuladas pela Casa Branca, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou um programa de financiamento por commercial papers de US$ 10 bilhões para tentar resolver o problema de caixa das empresas e as bolsas em Nova York passaram a acelerar a alta em seguida. O Reino Unido também anunciou mecanismo semelhante.

O analista sênior de mercados do banco especializado em transferências internacionais Western Union, Joe Manimbo, observa que as evidências de que o avanço da pandemia de coronavírus está prejudicando a atividade econômica tem fortalecido o dólar, ante divisas fortes e emergentes.Nesta terça, ele nota que o movimento foi principalmente ante moedas fortes, com o temor de recessão na Alemanha fazendo o euro despencar e dados ruins da Inglaterra fazendo a libra cair 1,5%.

O gestor e sócio-diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa, avalia que a incerteza permanece e o mercado terá ainda muita volatilidade pela frente. “Devemos esperar recessão em grande parte do mundo”, destaca, ressaltando que já consegue afirmar que “parte não desprezível” do ajuste nos mercados já foi feita.

Indicadores divulgados nesta terça, mostrando queda nas vendas no varejo nos EUA e forte piora do índice de expectativas econômicas da Alemanha – de 8,7 em fevereiro para -49,5 pontos em março – são uma prévia do que vai vir pela frente.

Pesquisa do Bank of America Merrill Lynch com investidores internacionais mostra que a confiança dos gestores de recursos despencou para os piores níveis desde a crise financeira mundial.

Preocupações como recessão, risco de defaults nas empresas e choque de petróleo em meio à pandemia do coronavírus contribuíram para a deterioração do sentimento do mercado e aumentou a preferência destes investidores por “portos seguros”, pressionando as moedas de mercados emergentes.

*Com informações do Estadão Conteúdo

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.