Receita Federal: Junho tem alta de 15,6% no volume de vendas

  • Por Jovem Pan
  • 05/07/2020 08h26 - Atualizado em 05/07/2020 08h27
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UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas andando nas ruas Os dados da Receita mostram que as quantidades de notas fiscais eletrônicas emitidas ficaram em junho acima dos níveis anteriores ao impacto da Covid-19, ocorrido em março

A Receita Federal identificou aumento nas vendas registradas por meio de notas fiscais eletrônicas em todo país no mês de junho. De acordo com o órgão, atingindo o maior patamar do ano, o crescimento chegou a 15,6% ante o mês de maio e a 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Após a acentuada queda em abril, que demonstrou os impactos da pandemia da Covid-19, o secretário da Receita, José Tostes, avalia que os dados diários das notas fiscais em todas as regiões sinalizam o início de uma recuperação importante, embora ainda “aquém” do que o país necessita.

O mapeamento diário das vendas mostra também que nem todas as empresas foram impactadas negativamente. Um grupo de 200 mil empresas conseguiu manter o volume de vendas mesmo durante a pandemia, como é o caso de setores como a construção civil , informação e comunicação, supermercados e farmácias, além da agroindústria e da indústria extrativa e de transformação.

A alta das compras públicas pelo governo federal, Estados e municípios para o enfrentamento da Covid-19 – como construção de hospitais de campanha, compra de equipamentos e contratação de pessoal – também ajudou na recuperação. Outro fator que segurou as vendas foi o próprio programa de auxílio emergencial de R$ 600, distribuído pelo governo, e que atendeu as necessidades imediatas de consumo.

Os dados da Receita mostram que as quantidades de notas fiscais eletrônicas emitidas ficaram em junho acima dos níveis anteriores ao impacto da Covid-19, ocorrido em março. No acumulado do ano, as vendas em 2020 e 2019 se equivalem, em termos reais.

Inicialmente, a melhora já havia começado em maio, quando as vendas cresceram 9,1% em relação a abril, mas ainda apresentavam queda de 16,8% ante o mesmo mês de 2019. Após o pico de R$ 180 bilhões de vendas na última semana de maio, as semanas de junho mostraram vendas superiores a R$ 150 bilhões, exceto a semana do feriado de Corpus Christi (R$ 137 bilhões). A última semana de junho registrou vendas de R$ 177 bilhões.

“Precisaremos de mais tempo e de muitas outras medidas para retomar uma trajetória sustentável de crescimento, porém, essa reversão foi importante e a constatação de que o fundo de poço foi em abril”, ressalta o secretário da Receita.

Recuperação 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou nesta semana o discurso de que os primeiros indicadores mostram recuperação da economia brasileira em junho. “Abril foi o fundo do poço, em maio começou ligeira recuperação e junho acelerou”, disse ele na sexta-feira (3), durante evento virtual promovido pela Associação Brasileira de Indústria de Base (Abdib).

De forma geral, embora inicialmente as vendas tenham apresentado queda acentuada, o isolamento social fez disparar as vendas pelo comércio eletrônico. Em junho, por exemplo, o crescimento das notas fiscais eletrônicas referentes a vendas pela internet chegou a 73% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Segundo o secretário da Receita Federal, José Tostes, o comércio eletrônico foi a grande força motriz das compras, que deixaram de ser feitas presencialmente nos grandes centros comerciais. A média diária chegou a R$ 670 milhões durante o período.

Para Tostes, a tendência de crescimento do comércio eletrônico vai continuar porque novos hábitos estão sendo criados. “Certamente vai continuar depois da pandemia. É uma adaptação a uma nova cultura, assim como estamos nos adaptando ao trabalho remoto. Há um longo caminho a percorrer, mas estamos na direção certa no rumo da recuperação”, disse.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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