US$ 44,7 bilhões: saída de dólares do Brasil é a maior em 38 anos

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2020 17h43 - Atualizado em 08/01/2020 17h43
Arquivo/Agência Brasil Face da nota de um dólar O recorde anterior de retiradas líquidas tinha sido registrado em 1999

O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira (8) que, em um ano marcado pela forte volatilidade do câmbio, a saída de dólares da economia brasileira superou o ingresso em US$ 44,77 bilhões em 2019. Essa é a maior retirada líquida de divisas desde o início da série histórica, em 1982.

O recorde anterior de retiradas líquidas tinha sido registrado em 1999, quando o fluxo cambial – diferença entre as entradas e saídas de dólares – tinha ficado negativo em US$ 16,18 bilhões. Naquele ano, o Brasil tinha abandonado a política de bandas cambiais e permitido a livre flutuação do dólar, quando a cotação ultrapassou pela primeira vez a barreira dos R$ 2.

As relações monetárias e financeiras entre residentes e não residentes são medidas pelo balanço de pagamentos, divulgado no fim de cada mês pelo Banco Central. O fluxo cambial, no entanto, funciona como uma prévia dos números, ao contabilizar adiantamentos de contratos de câmbio e pagamentos antecipados.

O fluxo cambial é composto de duas partes: o fluxo comercial, que mede o fechamento de câmbio para exportações e importações, e o fluxo financeiro, que mede investimentos em empresas, empréstimos e transações no mercado financeiro. Os dados do Banco Central mostram que, no ano passado, a fuga de dólares ocorreu no canal financeiro.

Em 2019, o fluxo comercial ficou positivo em US$ 17,47 bilhões. O fluxo financeiro, no entanto, registrou saída líquida de US$ 62,24 bilhões. Apenas na bolsa de valores, a retirada por investidores estrangeiros chegou a US$ 44,5 bilhões no ano passado, a maior desde o início da série história da B3, em 2004.

*Com Agência Brasil

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