Saída de Parente agrada quem quer tornar a Petrobras em carniça, diz Alexandre Schwartsman
No início da tarde sexta-feira (1º), Pedro Parente anunciou sua saída da presidência da Petrobras. O pedido de demissão foi motivado principalmente por conta da política de preços estabelecida, o que desencadeou na greve dos caminhoneiros que praticamente parou o País.
Em entrevista à Jovem Pan, o economista e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, acredita que a saída de Parente é desastrosa e mostra a falta de condições do governo em gerir empresas. “A tentativa de colocar o mínimo de racionalidade econômica na administração de uma empresa estatal parece que está fadada a destruição no Brasil”, disse.
Para o economista o governo, forças políticas e até mesmo a população “são incapazes de compreender que a formação de preços de derivados de petróleo não é uma variável de política econômica”.
Schwartsman lembrou que, nos últimos três anos, a Petrobras perdeu R$ 80 bilhões por conta da política desastrosa de controle de preços das administrações anteriores. “A empresa se tornou na petrolífera mais endividada do mundo, graças a esse tipo de política. Quem tentar fazer uma política semelhante a de Parente estará sujeito a esse tipo de pressão política. Quem tiver o mínimo de decência e racionalidade não vai topar um cargo desse”, frisou.
Segundo o economista, a saída de Parente mostra que será difícil trazer alguém de qualidade para a Petrobras. “O que vamos trazer será gente do mesmo calibre e que controlou a empresa antes do Parente. Não por coincidência, todos eles acusados de improbidade administrativa e com bens bloqueados”.
Após a saída de Pedro Parente, as ações da empresa caíram 14% na Bolsa de Valores de Nova York. Não à toa, Schwartsman ressalta que os sinais são péssimos. “Se não fizermos uma política minimamente racional. Vai acontecer de precisar injetar dinheiro na empresa. A Petrobras tem uma dívida elevadíssima e veio de políticas equivocadas até a chegada do Pedro Parente”, destacou.
“Está claro que o governo brasileiro não tem condições de gerir empresas. A saída de Parente agrada a quem quer tornar a Petrobras em carniça. Quem gerou prejuízos de R$ 80 bi na foi a administração anterior. Sergio Gabrielli, Graça Foster e Aldemir Bendine quebraram a empresa”, finalizou.
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