Serviços têm evidências de recuperação no longo prazo, não no curto, diz IBGE

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/12/2017 13h39
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Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens A taxa acumulada em 12 meses pelos serviços prestados no País passou de uma queda de 4,3% em setembro para um recuo de 3,7% em outubro

A redução no ritmo de perdas acumuladas pelo setor de serviços aponta para uma recuperação gradual de longo prazo, segundo Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa acumulada em 12 meses pelos serviços prestados no País passou de uma queda de 4,3% em setembro para um recuo de 3,7% em outubro, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços.

“Você tem evidências de recuperação no longo prazo. No curto prazo, apesar de uma queda menos intensa, isso não deve ser visto como recuperação. A taxa acumulada em 12 meses mostra que a fase mais crítica já passou, mas tem ainda taxa negativa muito grande para voltar ao zero patamar de estabilidade”, afirmou Saldanha.

O pesquisador lembra que os serviços são muito dependentes do setor industrial, empresarial e governos federal, estaduais e municipais. Uma recuperação maior do volume de serviços prestados está condicionada a um crescimento dos investimentos e da demanda empresarial e governamental, disse ele.

“O setor de serviços ainda não começou uma recuperação”, declarou Saldanha. “Já existe uma perspectiva sobre a retomada do setor de investimentos da área de petróleo e gás. Isso é muito positivo, não só para o Rio de Janeiro, mas para outros Estados que tem produção de petróleo expressiva. Ocorrendo essa retomada, a tendência é que se contratem mais empresas, tem um efeito em cadeia”, lembrou.

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A queda de 0,3% no volume de serviços prestados no País em outubro ante outubro de 2016 foi o melhor resultado registrado pela Pesquisa Mensal de Serviços desde março de 2015, quando houve avanço de 2,3%, conforme os dados do IBGE.

A redução no ritmo de perda, porém, se deu sobre uma base de comparação bastante deprimida. Em outubro de 2016, os serviços recuaram 7,6% ante o mesmo período do ano anterior, a maior perda da série histórica da pesquisa. Em outubro de 2015, a queda já tinha sido de 5,8%.

“Os serviços estão no mesmo patamar de faturamento de outubro de 2016. Tem que ter certo cuidado em afirmar que essa queda menor é um sinal de recuperação”, alertou Roberto Saldanha.

Em relação a outubro do ano passado, a alta de 8,4% registrada pelos Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios evitou uma queda maior na média global dos serviços em outubro deste ano. Os Serviços prestados às famílias tiveram expansão de 0,5%, enquanto os Serviços de informação e comunicação (-2,1%) e Serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,4%) impactaram negativamente o setor como um todo. O setor de Outros serviços teve um recuo de 5,0% em outubro ante outubro de 2016.

O agregado das Atividades turísticas registrou redução de 7,3%.

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