Servidores do Banco Central votam por manutenção de greve por tempo indeterminado
Categoria está paralisada desde 1º de abril; algumas atividades da instituição foram afetadas, como a publicação do boletim Focus
Em assembleia realizada na tarde desta terça, 12, os servidores do Banco Central (BC) aprovaram por 80% dos votos a continuidade da greve que realizam desde o dia 1º de abril. Os funcionários do BC pedem reajuste salarial de 26,3% e reestruturação de carreira, como a mudança do nome do cargo de analista e exigência de ensino superior para concurso para técnico. Antes da assembleia, que contou com a presença de 1.300 servidores, membros das três entidades representativas dos servidores do BC se reuniram com a diretora de Administração da autarquia, Carolina de Assis Barros, mas não obtiveram sucesso na negociação. No orçamento aprovado pelo governo federal para 2022, não há previsão de reajuste salarial para nenhuma categoria, exceto policiais federais.
A greve tem atrasado a divulgação de boletins e dados importantes para o mercado financeiro, como o boletim Focus, o fluxo cambial, as notas econômico-financeiras e a apuração da ptax (taxa de câmbio) diária. Na última sexta, 8, o BC informou que não divulgaria nesta semana o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), o relatório de poupança e outros dados, em razão da greve. “Oportunamente, informaremos com 24 horas de antecedência as novas datas para as divulgações”, comunicou a instituição. Ainda se teme que a greve possa prejudicar a preparação para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), marcadas para os dias 3 de maio e 26 de maio, respectivamente. O presidente do BC, Roberto Campos Netto, citou em um evento na segunda, 11, que o projeto piloto de uma moeda digital lançada pelo banco sofreu um “pequeno adiamento” por causa da paralisação – o projeto está previsto para o quarto trimestre de 2022.
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