Setor de serviços recua 0,1% em janeiro após dois meses de alta

Apesar da queda, principal atividade da economia brasileira ainda está 7% do nível pré-pandemia; em 12 meses, atividade acumula ganho de 12,2%

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2022 11h33
SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Bar lotado Prestação de serviços corresponde pela maior parte do PIB brasileiro

A prestação de serviços, a principal atividade econômica doméstica, recuou 0,1% em janeiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira, 16. A perda de fôlego no início de 2022 ocorre após o setor acumular ganho de 4,7% nos dois últimos meses do ano passado. Apesar do desempenho negativo, os serviços estão 7% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Além de responder pela principal fatia do Produto Interno Bruto (PIB), o setor detém o maior mercado de trabalho brasileiro. Em relação a janeiro de 2021, a prestação cresceu 9,5%, e em 12 meses acumula alta de 12,2%. “Nesse processo de recuperação que o setor de serviços vem apresentando desde junho de 2020, há um predomínio absoluto de taxas positivas: são 15 positivas contra 5 negativas, ou seja, uma larga base de comparação, o que faz com que, vez ou outra, o setor mostre algum tipo de acomodação”, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE, três apresentaram retração. O destaque negativo ficou com serviços de informação e comunicação (-4,7%), que recuaram pelo segundo mês seguido. Segundo o pesquisador, a sequência de resultados positivos atingidos pelo segmento durante a pandemia explica a queda do desempenho nos últimos meses. A atividade ainda está 7,3% acima do patamar pré-Covid. O segundo impacto negativo veio dos serviços prestados às famílias (-1,4%). A queda também é contextualizada pela retomada das atividades após a crise sanitária. O setor foi o mais afetado pela pandemia pelas suas características de atividades presenciais. Apesar da queda, a atividade registrou um crescimento acumulado de 60% entre abril e dezembro do ano passado e se encontra 13,2% acima de fevereiro de 2020. Com queda de 1,1%, os outros serviços tiveram o terceiro impacto negativo. O resultado elimina uma pequena parte do avanço registrado nos dois últimos meses de 2021 (5,7%).

Pelo lado das altas, os transportes (1,4%) se destacaram com o terceiro resultado positivo, acumulando aumento de 6,6%. “Esse crescimento vem do transporte rodoviário de carga e da parte de logística de transporte e armazenagem de mercadoria, muito por conta do boom do comércio eletrônico, trazendo o setor de transporte para o maior nível desde novembro de 2014”, afirma Lobo. Também com alta, os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 0,6%, com uma sequência de três taxas positivas, acumulando ganho de 5,3%. A atividade encontra-se 1,4% acima do patamar de fevereiro de 2020.

O índice de atividades turísticas cresceu 1,1% frente a dezembro, oitava taxa positiva nos últimos nove meses, acumulando ganho de 69,6%. Contudo, o segmento de turismo ainda se encontra 9,7% abaixo do patamar de fevereiro do ano retrasado. O índice tem um perfil semelhante ao dos serviços prestados às famílias, pois muitas das atividades que compõem o indicador vêm desse segmento. “Esse mês, no entanto, as atividades turísticas não seguiram o movimento de queda dos serviços prestados às famílias, devido ao crescimento do segmento de transporte aéreo, que mais que compensou as perdas vindas dos restaurantes”, observa o pesquisador.

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