Shein anuncia investimento de R$ 750 milhões na indústria brasileira e expectativa de criação de 100 mil empregos

Companhia irá lançar marketplace no Brasil e incentivar produção têxtil local; em parceria com dois mil fabricantes brasileiros, varejista espera que cerca de 85% das vendas sejam provenientes do Brasil até 2026

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2023 14h34 - Atualizado em 20/04/2023 14h41
Richard A. Brooks / AFP Shein Shein movimentou cerca de R$ 8 bilhões no mercado brasileiro em 2022

Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Shein anunciou uma forte estratégia de investimento na produção têxtil do Brasil. A empresa informou que planeja estabelecer parceria com dois mil fabricantes locais e criar aproximadamente 100 mil empregos nos próximos três anos para produzir peças com a marca SHEIN. Para ajudar neste processo, a companhia irá investir R$ 750 milhões , voltados para o fornecimento de tecnologia e treinamento aos fabricantes para atualizar seus modelos tradicionais de produção para o modelo sob demanda. A varejista acredita que isso ajudará os produtores locais a gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício na fonte, diminuir o excesso de estoque, aumentar a agilidade para responder à demanda do mercado e beneficiar as comunidades locais. A expectativa da Shein é de que cerca de 85% de suas vendas sejam locais, tanto de fabricantes como de vendedores, até o final de 2026. A empresa ainda afirmou que está abrindo espaço para vendedores locais e que irá lançar seu marketplace no Brasil para atender às demandas dos clientes.

“A chave para nossa estratégia de crescimento é alavancar nossa escala global e excelência operacional para apoiar e contribuir para as economias e ecossistemas locais”, afirma Marcelo Claure, Chairman da SHEIN para a América Latina. “Temos visto grande sucesso no Brasil desde nosso lançamento em 2020 e, com a crescente demanda dos consumidores, vimos a oportunidade de localizar mais a nossa cadeia de fornecimento para beneficiar os consumidores, as pequenas empresas e a economia em geral”, ressalta. “O Brasil é um mercado importante para nós, e estamos comprometidos em continuar a apoiar o crescimento econômico e o sucesso da SHEIN por todo o País. Nosso objetivo é apoiar os fabricantes e fornecedores brasileiros para que possam aumentar seu alcance e crescimento no Brasil, bem como agir como um bloco de construção para futuras oportunidades globais”, acrescenta Felipe Feistler, General Manager da empresa no Brasil. 

Nesta quinta-feira, 20, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes da Shein para discutir questões de fiscalização e importação. Segundo ele, a empresa se comprometeu em seguir as novas determinações da Receita Federal e compartilhou planos de nacionalizar 85% das vendas realizadas na plataforma com produção dentro do território brasileiro. “Realmente hoje nós tivemos uma reunião a pedido da Shein, que veio nos anunciar duas coisas muito importantes. A primeira é de que vão aderir r ao plano de conformidade da Receita Federal. Eles estão dispostos a fazer o que for necessário, como outros portais, como todo comercio eletrônico, para normalizar as relações com o Ministério da Fazenda. Em segundo lugar, eles pretendem, em quatro anos, nacionalizar 85% das suas vendas no sentido que os produtos serão feitos no Brasil”, declarou. O ministro afirmou que é muito importante que o e-commerce chinês veja o país não apenas como um consumidor, mas como uma economia de produção. Haddad também indicou que a Shein se comprometeu a absorver qualquer custo que venha das novas regras, sem repassar aos consumidores, caso a regra seja válida para todos os e-commercers com operação no Brasil.

 

 

 

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