Em terceira queda seguida, dólar fecha a R$ 5,15
O dólar teve o terceiro dia seguido de queda, período em que recuou 4,1%. Nesta terça-feira (23), as cotações foram influenciadas principalmente pelo exterior. Indicadores da atividade divulgados nesta terça vieram melhores que o previsto e reforçaram a visão de recuperação bem encaminhada das principais economias mundiais, o que estimulou a busca por ativos de risco, enfraquecendo a moeda americana globalmente.
Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou que o acordo com a China continua de pé e a Casa Branca minimizou a possibilidade de nova paralisação da economia americana por causa do novo coronavírus, além de sinalizar que uma vacina para a doença está a caminho.
Com a perspectiva de votação nesta quarta no Senado do marco regulatório do saneamento, que pode atrair capital estrangeiro ao Brasil, contribui para tirar pressão do câmbio, também beneficiado pelo noticiário político sem surpresas nesta terça.
O real foi a moeda que mais ganhou força no mercado internacional em uma lista de 34 divisas. No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 2,26%, cotado em R$ 5,1517. Com isso, acumula queda de 3,5% em junho e de 7,7% nos últimos 30 dias. Na mínima, caiu a R$ 5,13 nesta terça. No mercado futuro, o dólar para julho era cotado em R$ 5,1575, em queda de 1,84% às 17h.
Euro e petróleo
“O otimismo dos investidores com a recuperação manteve o dólar em baixa”, afirma o analista sênior de mercados do banco especializado em transferências internacionais Western Union, Joe Manimbo. O reflexo foi que o euro se fortaleceu, sobretudo após bons indicadores na Europa, e o iene se enfraqueceu, sinalizando a busca por ativos de risco. O PMI industrial da zona do euro, por exemplo, subiu para 46,9 pontos, acima das previsões de aumento para 44,5 pontos.
“Os dados globais dos PMI mostraram que o retorno econômico está bem encaminhado e superando as expectativas”, ressalta o analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York, Edward Moya. Com isso, o dólar se enfraqueceu, o petróleo subiu e o ouro caiu.
Com os mercados muitos sensíveis aos desdobramentos da relação EUA/China, o analista da Western Union ressalta que a mensagem de Trump afirmando que o acerto comercial entre os dois países está “completamente intacto” ajudou a estimular o apetite por risco. Assim, moedas de emergentes e de países exportações de commodities ganharam força.
No final da tarde, o secretário de Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou que a Casa Branca “considera seriamente” outro pacote de estímulo e que é “altamente improvável” que o país tenha de paralisar a economia novamente. Além disso, o principal infectologista americano, Anthony Fauci, mostrou otimismo ao falar de uma vacina para o coronavírus, destacando que até o final do ano ou em janeiro de 2021 já esteja disponível.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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