Tesouro prevê déficit de R$ 124,3 bilhões de julho a dezembro deste ano
Os principais fatores negativos que influenciarão a deterioração serão, segundo o Tesouro, a contínua pressão dos benefícios previdenciários e das despesas com pessoal; a elevação dos créditos extraordinários associados à política de subsídio ao preço do diesel; as despesas relativas à campanha eleitoral de 2018; e o crescimento das despesas discricionárias devido à reprogramação de recursos não executados no primeiro semestre.
Apenas de janeiro a junho, o Tesouro observou que houve aumento nas receitas influenciado pela melhora de indicadores macroeconômicos, além da arrecadação com programas de parcelamento de débitos tributários (Refis), mudanças de alíquotas e comportamento da receita não administrada.
Em relação ao primeiro semestre de 2017, houve incremento de R$ 6,8 bilhões em receitas de cota-parte e compensações financeiras, graças ao aumento de preços internacionais do petróleo e ao câmbio. Também ingressou R$ 1,2 bilhão a mais com o pagamento de dividendos por Caixa e BNDES.
O caixa do governo federal recebeu também R$ 1,166 bilhão em pagamentos de outorgas de concessões em junho, muito acima do registrado em junho de 2017, quando foram pagos apenas R$ 195,5 milhões. Nos cinco primeiros meses deste ano, essa receita somou R$ 2,605 bilhões, queda real de 3,2% ante igual período do ano passado.
Já os dividendos pagos pelas empresas estatais somaram R$ 133,5 milhões em junho, ante R$ 1,987 bilhão no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as receitas com dividendos somaram R$ 5,652 bilhões ante R$ 4,302 bilhões no primeiro semestre do ano passado.
Por outro lado, houve elevação real de 2,2% nas despesas na comparação com o primeiro semestre de 2017, devido ao crescimento dos benefícios previdenciários, das despesas com pessoal e dos gastos discricionários.
Regra do ouro: insuficiência de R$ 98,4 bi em 2018
“O governo trabalha com outras medidas que assegurarão o cumprimento da regra de ouro em 2018, que incluem outro pagamento do BNDES e realocação orçamentária de recursos já disponíveis de concessões e permissões”, afirma o órgão.
Para 2019, o órgão estima que a insuficiência para o cumprimento da regra de ouro será de R$ 94,6 bilhões, ante R$ 260,5 bilhões anteriormente previstos. A diferença se deve à utilização dos recursos do balanço do Banco Central relativos ao primeiro semestre de 2018, de R$ 165,9 bilhões, que serão repassados para o Tesouro em 2019.
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